09/01/2025 - 9:27
As vendas no varejo brasileiro recuaram 0,4% em novembro na comparação com o mês anterior e subiram 4,7% sobre um ano antes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 9.
O resultado veio pior do que o esperado pelo mercado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de recuo de 0,2%.
No ano, o varejo acumula alta de 5%. A média móvel trimestral, que foi de 0,3% em outubro, variou 0,2% no trimestre encerrado em novembro. Já o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,6%, 26º mês seguido em que esse indicador é positivo.
O mercado de trabalho aquecido, a expansão do crédito e o aumento da renda favoreceram o setor, que no entanto enfrenta agora aperto monetário e redução do impulso fiscal, e deve acompanhar uma desaceleração esperada na economia.
A taxa básica de juros Selic foi elevada em dezembro a 11,25%, e o Banco Central já indicou duas novas altas de 1 ponto percentual nas próximas reuniões.
“A queda de 0,4% vem depois de duas altas, o fato é que o varejo cresceu muito e rápido no primeiro semestre e uma acomodação no segundo semestre era natural e esperada”, disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
O que puxou a queda
Cinco das oito atividades monitoradas apresentaram resultados negativos: Móveis e eletrodomésticos (-2,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-2,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%). Por outro lado, entre outubro e novembro de 2024, três grupamentos pesquisados mostraram alta: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,5%), Combustíveis e lubrificantes (1,5%) e Tecidos, vestuário e calçado.
Santos ponderou que a queda da venda de móveis e eletrodomésticos veio após uma alta intensa em outubro, que ele atribuiu à antecipação de promoções relacionadas à Black Friday.
No âmbito do comércio varejista ampliado, as duas atividades tiveram queda: Veículos e motos, partes e peças, com -7,6%, e Material de construção, com -1,4%.