10/10/2024 - 9:11
O volume de vendas do comércio varejista recuou 0,3% em agosto, na comparação com o mês anterior, após ter registrado alta de 0,6% em julho, divulgou nesta quinta-feira, 10, o IBGE.
Na comparação com agosto do ano passado, as vendas cresceram 5,1%, a 15ª taxa consecutiva no campo positivo. O acumulado no ano chegou a 5,1%, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4%.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 0,50% na comparação mensal e de avanço de 3,60% sobre um ano antes.
“O comportamento do comércio em 2024 ainda é positivo, apenas em junho tivemos resultado efetivamente negativo (-0,9%). O aspecto negativo do resultado de agosto é o fato de quatro das oito atividades pesquisadas terem registrado queda significativa, três ficarem estáveis e só uma ter apresentado alta”, afirmou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Sete das oito atividades ficaram no campo negativo em agosto. A queda mais intensa foi em Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,9%). As vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%), Móveis e eletrodomésticos (-1,6%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), Combustíveis e lubrificantes (-0,2%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%) também encolheram. O único setor que mostrou crescimento entre julho e agosto de 2024 foi Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,3%).
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas apresentou recuo de 0,8% em agosto sobre julho.
Repercussão
Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, os dados do varejo surpreenderam positivamente e reforça a expectativa de que 2024 será um ano de forte recuperação para o varejo, após o período pós-pandemia, quando o foco dos consumidores esteve nos serviços.
“É provável que o IBGE continue apresentando dados robustos para o setor até o final do ano, prevendo-se um crescimento superior a 4% para o varejo. Esse desempenho deve superar o PIB projetado de 3% para 2024, conforme indica o Boletim Focus, sendo o varejo um dos setores que puxarão o PIB para cima em relação ao ano anterior. Esses dados positivos podem até levar o mercado a revisar suas projeções de crescimento econômico para cima”, avaliou Cruz.
A empresa de meios de pagamento Stone divulgou que as vendas no varejo brasileiro em setembro recuaram 1,9% na comparação com o mesmo período do ano passado e caíram 2,4% ante agosto, no pior desempenho do setor no ano. Os dados vieram dois dias depois que a rival Cielo indicou que as vendas no varejo no mês passado tiveram queda de 3,3% sobre um ano antes, descontada a inflação.