As vendas no varejo brasileiro avançaram 1,2% em maio na comparação com abril, marcando a quinta alta mensal consecutiva, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 11. Na comparação com maio de 2023, a alta foi de 8,1%.

O resultado veio melhor do que o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 0,90% na comparação mensal e de avanço de 4% sobre um ano antes.

“Os resultados do setor foram positivos em todos os meses deste ano e, com isso, o ponto mais alto da série, que havia sido registrado em abril, foi deslocado para maio. No ano, há alta acumulada de 5,6% e em 12 meses, de 3,4%”, destacou o IBGE.

O setor de varejo brasileiro apresentou resultados positivos em todos os meses deste ano, em um ambiente favorável ao consumo com inflação sob controle e mercado de trabalho aquecido, e o ponto mais alto da série foi deslocado de abril para maio.

O que puxou a alta

“Esse desempenho dos últimos meses está muito focado em hiper e supermercados e artigos farmacêuticos, que também atingiram seus níveis máximos em maio”, afirmou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

Foi o segundo mês seguido de alta para hiper e supermercados, que acumula ganho de 2,6% nesse período. O setor responde por 54,7% do volume de vendas no varejo.

Em maio, houve taxas positivas em cinco das oito atividades: Tecidos, vestuário e calçados (2,0%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%).

“Em móveis e eletrodomésticos, houve duas trajetórias distintas: enquanto as vendas dos eletrodomésticos cresceram, as dos móveis caíram. Já na atividade de material para escritório, informática e comunicação, o dólar estava valorizado em relação ao real, o que afugenta as demandas do setor de informática, que são mais de produtos importados”, afirma Santos.

Outras três atividades ficaram no campo negativo: Móveis e eletrodomésticos (-1,2%), Combustíveis e lubrificantes (-2,5%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,5%).

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas cresceu 0,8% ante abril e 5% na comparação anual.

Repercussão

“Os dados sugerem que a atividade doméstica está se sustentando com um mercado de trabalho resiliente e renda real firme o que permite uma dinâmica mais favorável para o PIB”, avaliou o economista André Perfeito.

Na avaliação do Itaú, o resultado do varejo confirma que a atividade segue forte, “indicando que, até o momento, a tragédia no Sul do país não afetou as perspectivas de crescimento do PIB agregado no ano”.