18/05/2001 - 7:00
O segundo maior banco da Europa está a um passo de dar adeus ao negócio de administração de fundos de investimento no Brasil. A saída será concretizada com a venda da sucursal brasileira da UBS Brinson, o braço de gestão de recursos do conglomerado financeiro suíço UBS, que está sendo oferecida a outras instituições. A empresa, montada do zero há pouco mais de dois anos, cresceu em um ritmo lento demais para o gigantismo do grupo e deixou de figurar entre os projetos que a instituição acalenta para o mercado brasileiro. Em sua curta existência até agora, a UBS Brinson Brasil amealhou um patrimônio relativamente modesto sob sua gestão, de R$ 410 milhões, enquanto o grupo contabiliza somente números superlativos no mundo. O ativo total atinge a impensável quantia de US$ 1,43 trilhão. O banco de investimento do grupo no Brasil, o Warburg Dillon Read, abriu um leilão informal da empresa de asset management e já recebeu propostas de pelo menos três candidatos à compra.
O pretendente mais próximo do altar é a empresa de fundos de investimento americana Invesco, que acaba de chegar ao País e tem fome de ganhar escala. A primeira cartada do grupo no mercado brasileiro foi a compra da empresa de gestão de fundos da Merrill Lynch, que, a exemplo do que ocorre com a UBS Brinson, havia decepcionado na captação de recursos no mercado. A diferença fica na escala do negócio. Os fundos da Merrill Lynch nunca passaram da marca de R$ 30 milhões e foram simplesmente abandonados pelo banco americano. A UBS Brinson, mesmo ficando aquém do que um grupo tão grande poderia esperar, não pode ser acusada de fracasso. Tem prestígio na gestão de fundos derivativos. e seus fundos possuem bom histórico de desempenho, ativo que faz falta para uma empresa nova no mercado, como a Invesco.
Outros grupos estrangeiros continuam na corrida pela empresa, com alguns corpos de desvantagem. Um deles é o francês Crédit Lyonnais, que monta um banco para reinstalar-se no Brasil. Já tem uma empresa de asset que administra R$ 700 milhões no País, mas precisa ganhar escala e conquistar o mercado do Rio, onde está sediada a UBS. Outro candidato é o Pictet Modal, associação entre um grupo suíço e um banco de investimento carioca. Os principais clientes da UBS Brinson foram avisados de que as negociações estão em andamento, para não serem pegos de surpresa por uma venda súbita. O leilão informal, porém, tem data limite para acabar. Se a venda não for concluída até o fim de junho, o UBS diz que vai dar as conversas por encerradas e continuará a tocar o negócio como se nada tivesse acontecido. A preocupação é não deixar as negociações mancharem a marca da empresa no País.