Os Estados Unidos estariam “preparados” para impor sanções à Venezuela, mas defendem um esforço americano para promover uma solução para a crise no país, declarou o secretário de Estado americano, John Kerry, nesta quarta-feira. Os Estados Unidos estão “preparados, se for necessário, para invocar a Carta Democrática Interamericana da OEA e agir seriamente (…) com sanções”, afirmou o chefe da diplomacia americana. Embora não tenha especificado que tipo de sanções, Kerry disse que o “frágil” estado da economia venezuelana pode dar uma “pausa” a essa decisão. Em depoimento no Congresso, Kerry destacou que Washington está buscando compor com os países da região uma “iniciativa” para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro. “Esperamos que a pressão social, a região e os vizinhos próximos sejam aqueles que possam ter o maior impacto” sobre o líder venezuelano, acrescentou Kerry, na sabatina dos congressistas americanos. Uma proposta apoiada por Estados Unidos, Panamá e Canadá de convocar um mediador internacional para a Venezuela fracassou na semana passada, no Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA). O órgão aprovou, por maioria, uma declaração em apoio às iniciativas de diálogo convocadas por Maduro. Kerry insiste em que “é hora” de a OEA e outras organizações internacionais assumirem “um papel maior” para convencer o governo venezuelano a se abster de demonizar seus oponentes, permitir os protestos pacíficos e promover um diálogo “significativo” com a oposição. Um papel mais ativo dos Estados Unidos é difícil, reconhece Kerry, porque virou uma “desculpa” do governo venezuelano para denunciar a intervenção estrangeira nos assuntos internos do país. O Senado americano estuda uma resolução para aplicar sanções – incluindo a proibição de vistos e o congelamento de contas – contra autoridades venezuelanas envolvidas em violações de Direitos Humanos durante as manifestações. Desde 4 de fevereiro, a Venezuela se encontra mergulhada em uma onda de protestos de estudantes e opositores contra a insegurança, a inflação e a escassez de produtos básicos no país. As manifestações e sua repressão já deixaram 24 mortos, sendo três nesta quarta-feira. rsr/ll/tt/lr