15/03/2017 - 21:13
O governo da Venezuela investiga a suposta corrupção em um contrato de US$ 1,3 bilhão entre a companhia estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) e uma companhia terceirizada privada cofundada por um príncipe saudita, segundo agentes e documentos. O escritório da procuradoria-geral da Venezuela recomendou em 6 de março que o Escritório da Procuradoria Pública investigue e acuse cinco atuais e ex-executivos da PdVSA por suposto desvio de fundos públicos ao pagar valores muito altos pelo uso de uma plataforma petrolífera, segundo uma cópia do pedido ao qual o Wall Street Journal teve acesso.
A plataforma, a PetroSaudi Saturn, foi a segunda negociada pela PetroSaudi International para a exploração de reservas de gás natural. O projeto offshore envolvido, Mariscal Sucre, ainda não produz gás. “Mariscal Sucre é o eterno elefante branco da PdVSA”, afirma Antero Alvarado, analista sediado em Caracas da consultoria GasEnergy Latin America. “Eles colocaram bilhões nele e não têm nada para mostrar.”
Um porta-voz da PdVSA não quis comentar sobre os contratos com a PetroSaudi, com o argumento de que há uma disputa legal entre as empresas.
Os problemas em Mariscal Sucre são amplificados pela crise econômica venezuelana. Quando o boom do petróleo se reverteu em 2014, a produção da Venezuela caiu e o país entrou na pior recessão de sua história. O quadro atual é de falta de alimentos, crescente criminalidade e distúrbios generalizados.
O Congresso venezuelano, controlado pela oposição, lançou no mês passado uma investigação separada para avaliar o contrato da PdsVSA e da PetroSaudi Saturn. Advogados da PetroSaudi disse que não tinham notícia sobre nenhuma investigação na Venezuela e que as investigações dos contratos no país são politicamente motivadas e feitas para prejudicar seu cliente em disputas comerciais com a estatal local.
Um tribunal em Londres determinou na segunda-feira que a PdVSA pagasse US$ 130 milhões em contas não saudadas, segundo advogados da PetroSaudi. Fonte: Dow Jones Newswires.