09/01/2025 - 17:33
Maria Corina Machado, que passou a viver escondida após denunciar fraude nas eleições, teria sido “interceptada violentamente” ao deixar um protesto em Caracas às vésperas da posse de Nicolás Maduro.Líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado foi presa nesta quinta-feira (09/01) em Caracas após sair de seu esconderijo e liderar um protesto contra o presidente Nicolás Maduro um dia antes de ele tomar posse do terceiro mandato, informaram apoiadores da política.
Pessoas próximas a Machado disseram às agências de notícias que ela foi “interceptada violentamente ao deixar o protesto”, e que tiros teriam sido disparados contra o comboio de motos que a cercava.
Até o momento da publicação deste texto, não havia detalhes sobre o paradeiro de Machado, de 57 anos, nem posicionamento oficial do governo Maduro.
Machado era o nome proposto originalmente pela oposição para disputar as eleições em 28 de julho, mas teve sua candidatura barrada pelo regime. No lugar dela, entrou Edmundo González Urrutia.
Era a primeira vez em meses que ela fazia uma aparição pública. Após meses de dura repressão – com mais de 2 mil prisões – e sob forte presença policial, porém, o público desta vez era menor.
Clima de repressão na Venezuela
A despeito das suspeitas de fraude corroboradas por entidades internacionais e da falta de transparência, a vitória eleitoral de Maduro foi proclamada pelos órgãos oficiais sem que fosse feita a divulgação das atas eleitorais – documentos que, semelhantes aos boletins de urna no Brasil, permitiriam auditar o resultado.
Com base em atas reunidas e divulgadas na internet por conta própria, a oposição alega ter vencido a eleição com 67% dos votos contra 30% de Maduro.
Após insistirem nas acusações de fraude, tanto Urrutia quanto Machado e demais opositores foram ameaçados com a prisão. O regime também reprimiu duramente as manifestações que questionaram a autoproclamada reeleição de Maduro por mais seis anos.
Sob pressão, Machado passou a viver escondida, enquanto Urrutia, que se autoproclamou presidente eleito da Venezuela, chegou a fugir para o exterior, mas anunciou recentemente que voltaria ao país para tomar posse do cargo nesta sexta-feira (10/01) – com a prisão de Machado, porém, não está claro se ele de fato voltará a pisar na Venezuela. Na quarta-feira, Urrutia já havia denunciado a prisão de seu genro.
ra (AFP, AP)