A Venezuela criticou nesta terça-feira a decisão dos Estados Unidos de pedir que a empresa Chevron encerre suas operações no país e previu um aumento dos preços do petróleo bruto.

Os Estados Unidos deram um prazo até 3 de abril à gigante da energia para “liquidar” suas operações na Venezuela, que dependiam de permissões especiais da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), em meio ao embargo petroleiro imposto em 2019.

O presidente americano havia anunciado no mês passado o fim da licença que permite a operação da Chevron na Venezuela. Donald Trump acusa o presidente Nicolás Maduro, cuja reeleição não reconhece, de não receber imigrantes venezuelanos em situação irregular nos Estados Unidos no ritmo “que havia sido acordado”.

“Buscando prejudicar o povo venezuelano, o novo governo dos Estados Unidos causa danos a si próprio ao provocar o aumento dos preços dos combustíveis e afetar a segurança jurídica dos investimentos de suas empresas no exterior”, afirmou a vice-presidente e ministra venezuelana do Petróleo, Delcy Rodríguez.

A Venezuela produz pouco mais de 1 milhão de barris de petróleo por dia, dos quais cerca de 200.000 provêm das operações da Chevron e tinham como destino os Estados Unidos.

Delcy acrescentou que Maduro ordenou a ativação de um plano de “independência produtiva absoluta”, sobre o qual não deu detalhes e disse que busca que “a indústria dos hidrocarbonetos e a economia do país prossigam com sua recuperação estável e diversificada”.

A empresa americana operava em sociedade com a estatal PDVSA em quatro projetos de petróleo bruto. Empresas como a espanhola Repsol e a francesa Maurel & Prom também contam com licenças individuais para operar na Venezuela.