Os testes técnicos para viabilizar o retorno da importação de energia elétrica da Venezuela não foram conclusivos e precisam de análises adicionais, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta quinta-feira.

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Os testes de 96 horas, necessários para liberar as operações, foram feitos de 13 a 17 de janeiro na linha de transmissão de energia Boa Vista – Santa Elena, que liga a Venezuela ao Estado de Roraima.

O objetivo é avaliar as condições da instalação, que ficou anos parada desde que a importação de energia da Venezuela pelo Brasil foi interrompida em 2019, em meio a uma piora das relações bilaterais entre os países durante o governo Jair Bolsonaro.

“Ao longo da semana de 13 a 21/01/25 foram realizadas reuniões técnicas entre as equipes do ONS e da Corpoelec (estatal de energia da Venezuela), visando buscar maiores informações a respeito das situações operativas vivenciadas, bem como a adoção de medidas mitigatórias”, disse o ONS, em comunicado.

“Contudo, há a necessidade da complementação de informações e análises para a efetiva conclusão da avaliação”, acrescentou o órgão, que havia dito anteriormente que divulgaria nesta semana um parecer da operação em definitivo.

O ONS, que acompanhou os testes realizados pelos agentes da importação, disse que “adotou parâmetros específicos de qualidade de frequência e tensão em regime permanente, além de ter realizado a avaliação dinâmica das perturbações observadas”.

O país voltou com os planos para retomar a importação de energia da Venezuela após o governo brasileiro ter aprovado, neste mês, uma proposta da comercializadora Bolt Energy para realizar a operação.

O ONS estima a possibilidade de importação de até 15 megawatts (MW) a um valor de 1.096,11 reais por megawatt-hora (MWh). Os cálculos do órgão apontam ainda uma economia de até 500 mil reais por dia com a possível importação, já que a energia venezuelana sairá mais barata do que geração térmica que supre o Estado de Roraima.

Roraima é único Estado que está fora do sistema interligado nacional. Com isso, depende de geração termelétrica local, com combustível subsidiado pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), um dos principais encargos cobrados na conta de luz, com custos bilionários.