A cidade de Mérida, no oeste da Venezuela amanheceu animada com a  partida entre a seleção local e a brasileira, às 21h30 da noite desta  terça-feira, no Estádio Metropolitano. No centro turístico da cidade,  alguns torcedores já estavam trajados com a camisa grená da seleção  local, na expectativa de que, sem Neymar, o Brasil possa ser  surpreendido pela equipe venezuelana, que ainda não venceu uma partida  nas Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia.

O grande  debate entre os torcedores, além da capacidade técnica de sua própria  equipe, é ir ou não à partida. O Estádio Metropolitano, com capacidade  para 42 mil pessoas, foi construído ainda durante o governo de Hugo  Chávez para a Copa América 2011 e fica a 12 quilômetros do centro da  cidade. A expectativa é de um bom público. Os ingressos mais baratos  custam 3 mil bolívares – R$ 15 reais pela cotação oficial da banda  cambial mais utilizada na Venezuela e pouco mais de R$ 6 pelo câmbio  negro, muito usado no país.

Para os meridenhos, no entanto,  o maior custo não é assistir à partida, e sim chegar lá. “Na partida  contra a Argentina, me cobraram 10 mil bolívares para ir e voltar do  estádio”, contou ao Estado Giovanni Mendoza, que trabalha como  entregador. “Isso é o preço de ir aqui até o aeroporto de EL Vigia (a  78km da cidade). Preferi assistir ao jogo em casa.”

Um táxi  do centro ao estádio normalmente custa 1,3 mil bolívares, mas em  ocasiões como essas, segundo Mendoza, os motoristas aproveitam para  faturar. “Infelizmente não poderei ir”, resumiu, lembrando que a  ausência de Neymar na partida, em virtude de uma suspensão automática  por acúmulo de cartões amarelos, também pesou em sua decisão. “Tomara  que aproveitemos a ausência dele para ganhar!”

Outros  torcedores, como Javier Lozano, não medirão esforços para ir ao jogo.  ”Será uma grande oportunidade ver a seleção brasileira, ainda mais agora  que está retomando o bom jogo”, disse.