21/02/2022 - 18:00
Os fundos de venture capital investem em empresas de médio porte com alto potencial de crescimento, mas que ainda não têm um faturamento tão alto. Além de injetar capital, o fundo também pode ajudar na gestão do negócio visando uma futura venda de participação acionária.
“Nesses fundos os investidores tomam decisões de médio a longo prazo, com um investimento inicial maior do que em normalmente é feito no mercado financeiro, por exemplo, mas sofrem mais oscilações. Por outro lado, quando acontece, rendem muito mais”, explica Guga Stocco, co-fundador da Futurum.Capital, um fundo de venture capital de alta tecnologia.
Ele é o convidado do novo episódio do MoneyPlay Podcast, programa voltado para o mundo das finanças, apresentado pelo educador financeiro Fabrício Duarte. Nele, conta que alguns investimentos dão retorno de até 80% por mês, mas que é preciso reinvestir sempre para o negócio não morrer.
“Mas quando vendemos a empresa, o múltiplo é de dez vezes o faturamento”, afirma o investidor que apostou em três unicórnios brasileiros: Gympass, Loggi e Hotmart. “Não existe investimento em bolsa que consiga bater essa lucratividade, o problema é o risco.”
Riscos do venture capital
Se o investidor alocar todos os seus investimentos em apenas uma empresa e ela der errado, ele perde todo o dinheiro investido. Por isso, esses fundos investem em várias empresas para compensar. Isso reduz a margem, mas ela ainda é muito maior do que o retorno no mercado financeiro.
Stocco, que também é membro dos conselhos de administração da Falconi Participações, Totvs, Vinci Partners, Banco Original e Grupo Dasa, conta que, quando se monta um fundo, os gestores captam dinheiro de terceiros e montam uma tese que se torna uma espécie de contrato que o fundo precisa cumprir, seguindo as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“O objetivo é montar a tese e extrair o máximo possível dela, sem burocratizar o formato e perder oportunidades”, diz o especialista, que começou a carreira em um banco de investimento, trabalhou em grandes empresas, como Microsoft e Buscapé, e já passou por três fundos de venture capital.
Como escolher
No programa, ele conta como é o seu processo de análise de empresas. “Primeiro é uma decisão técnica: é preciso saber se o empreendedor dá conta, qual é o time, se o negócio tem capital etc.”, diz. “Se não cumpre esses requisitos, o risco aumenta demais.” Depois, explica, tem que contar com a intuição, baseada na experiência, para ver se o negócio faz sentido. “E isso só se consegue com o tempo.”
Stocco conta que o investimento é feito em etapas. Primeiro, desenvolve-se o MVP (produto mínimo viável, em português). “Se não funcionar, saio da empresa”, afirma. Em qualquer etapa, é fundamental a parte humana. “Produto ruim com pessoas boas gera um bom produto, pois elas conseguem ajustar o MVP. Produto bom com pessoas ruins, não tem produto.”
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