08/10/2024 - 6:30
Em plena expansão em seus 26 anos de Brasil, a francesa Leroy Merlin está longe de ficar acomodada no mercado nacional de varejo de construção. São 53 unidades e outras dezenas a serem inauguradas nos próximos meses, a partir do planejamento de crescimento da companhia.
Além de se desenvolver na venda direta de produtos – são 1 milhão de itens, divididos em 15 seções, desde materiais de construção, madeiras, elétrica, ferramentas e cerâmica, até encanamentos, jardim, ferragens, pintura, decoração e iluminação –, a empresa avança ainda mais na prestação de serviços. Para pessoas físicas, são 130 serviços oferecidos, que incluem reformas completas e instalação de móveis.
Mas uma das vertentes de maior progresso nos últimos anos tem sido a Leroy Merlin Empresas, que já é responsável por 10% do faturamento total da corporação, que fechou 2023 na casa dos R$ 9,3 bilhões. A expectativa é de chegar a 15% da receita em 2027.
“Somos uma marca reconhecida pela qualidade, com credibilidade, e isso abre portas. Além da marca, temos uma proposta de valor ajustada ao público empresarial, o que inclui preço competitivo e disponibilidade de financiamento”, disse à DINHEIRO o francês Julien Gazier, CFO da Leroy Merlin Brasil e head da Leroy Merlin Empresas. “Oferecemos segurança e garantia na execução do nosso trabalho, pois temos também um compliance global confiável”, afirmou.
Há 11 anos no País, o executivo traz em sua bagagem profissional passagens pelo Grupo Carrefour e pela Obramax, atacado de construção do Grupo Adeo, também dono da Leroy. Gazier participou da organização do negócio da Obramax antes mesmo da inauguração da primeira loja no Brasil, em 2018.
“Gosto de mergulhar na formulação e organização do modelo de negócio”, ressaltou. A partir dessa experiência ele foi convidado para encabeçar em dezembro de 2021 o segmento Empresas da Leroy, que oferece portfólio e atendimento personalizado para mercado de manutenção e obras em empresas, condomínios, construtoras, prestadores de serviço, escolas, hotéis, restaurantes, agências bancárias, escritórios e diversos outros setores.
Disponibiliza desde arquitetos e engenheiros para pensar as obras e reformas, até pedreiros e outros profissionais para tocar a intervenção. De quebra, ainda possibilita financiamentos pela Leroy Pay ou por um fundo específico interno, que pode passar de R$ 2 milhões por cliente. “Temos um atendimento 360°, com soluções completas, a partir da necessidade das empresas”, disse Gazier.
Em três anos à frente dessa vertente B2B, o crescimento anual foi de dois dígitos. Na base de clientes, 500 mil empresas. Hoje, com um time dedicado de 150 colaboradores, possui gerentes regionais e de dois a cinco vendedores exclusivos em cada loja. “Claro que todo nosso corpo de funcionários está preparado para atender às demandas das empresas”, explica o executivo. Pelo andar dos negócios, é possível que no futuro a companhia francesa não separe mais as linhas de negócios de pessoa física e empresa, para trabalhar em um ecossistema integrado.
A projeção para este ano é positiva, diante do aquecimento do setor. A pesquisa Índice da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), elaborada pela FGV com dados do IBGE, apontou que em julho o faturamento do segmento registrou alta de 1% em relação a junho e 5% em comparação com julho de 2023. Assim, a entidade mantém a previsão de crescimento de 3% para este ano.
“A retomada de investimentos em infraestrutura e na construção civil pode acelerar ainda mais esta positividade. Temos muitos desafios pela frente, não só no nosso setor, mas para todos os segmentos da indústria brasileira”, disse Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.
Promissor para o mercado e, por consequência, para a Leroy Merlin. “É um momento chave para nós. Por isso, temos feito os investimentos necessários para gerar resultados”, complementou Gazier.