20/06/2015 - 12:23
Uma das vice-presidentes iranianas criticou fortemente os grupos hostis à presença das mulheres nos estádios um dia após um jogo simbólico de vôlei, em que o Irã venceu os Estados Unidos por 3 sets a 0.
As declarações de Sahahindokht Molaverdi, encarregada dos Assuntos da Família e das Mulheres, podem reavivar a disputa entre os ultra-conservadores e o governo do presidente moderado Hassan Rohani sobre sua política de abertura no nível social e político.
O vôlei tornou-se um esporte popular no Irã graças ao sucesso da seleção nacional nos últimos anos. Na semana passada Molaverdi havia dito que um número limitado de mulheres puderam assistir aos jogos da Liga Mundial, principalmente aqueles entre Irã e Estados Unidos.
Mas os serviços de segurança do ministério do Esporte desautorizaram a vice-presidente imediatamente, quando a polícia impediu na sexta-feira à noite que as mulheres assistissem o jogo no Estádio Azadi, com 12.000 lugares, nos arredores de Teerã.
“Respeitamos o ponto de vista dos religiosos (…) e a preocupação de parte da sociedade, mas também estamos tentando responder às expectativas legítimas da outra parte da mesma sociedade”, escreveu Molaverdi em sua página no Facebook.
Antes e depois da partida as mulheres protestaram no Twitter e outras redes sociais utilizando a hashtag #LetWomenGoToStadium (“Deixem as mulheres ir ao estádio”).
Ao contrário do que ocorre no futebol, as mulheres podiam assistir às partidas de vôlei e de basquete. “O que terá mudado fundamentalmente nos dois últimos anos para mudar a lei?”, questionou Molaverdi.