26/06/2017 - 14:31
Relator da reforma política na Câmara, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) defendeu nesta segunda-feira, 26, a criação de um fundo público de R$ 2,2 bilhões para o financiamento de campanhas eleitorais, desde que haja uma alteração no sistema de votação que diminua o número de candidatos.
Para Cândido, que participa de evento sobre o tema na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o financiamento público é impossível com o sistema de votação atual, pois ele considera que é elevado o número de candidatos. “Na eleição passada, tivemos 497 mil candidatos. Isso é inadministrável individualmente”, disse.
Antes da criação do fundo, o deputado petista defende que o sistema de votação para candidatos ao poder Legislativo passe por uma transição, que começaria com a adoção da lista pré-ordenada pelos partidos e depois passaria para o modelo misto, similar ao alemão, em que parte dos parlamentares é eleita pelo voto distrital e a outra parte por lista pré-ordenada pelos partidos. Isso, segundo ele, diminuiria o número de candidatos.
De acordo com o deputado petista, com essa proposta, o custo das campanhas seria reduzido para 20% em relação ao nível atual. Ele estima também que, pela sua proposta, pessoas físicas poderiam fazer doações para candidatos que somariam entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão. Com o fundo e as doações, o custo total de campanhas ficaria em torno de R$ 3 bilhões. “Estaria dentro do razoável”, disse.
Enquanto defendia a sua proposta, Cândido foi interrompido por um participante do evento que assistia ao debate na plateia e disse que a criação de fundo público seria um “roubo”, por se tratar de dinheiro público. “Eu não vou financiar a sua campanha”, gritou o participante. “A sua posição está registrada”, respondeu o deputado, pouco antes de encerrar a sua fala.