Quando surgiu, em 1891, o principal produto da Victorinox era uma faca grande, de madeira, feita especialmente para o Exército suíço. Embutidos na peça havia chave de fenda, abridor de latas e um perfurador. O rudimentar utensílio foi o embrião dos cobiçados canivetes produzidos pela marca que passou pela mão de gente famosa, como o premiado autor Ernest Hemingway (1899-1961). Hoje os canivetes são vendidos em todos os tamanhos e vêm equipados até com drives USB e sensores bluetooth. 

 

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Nathan Schulte, da Victorinox: impressionado com o consumo brasileiro

 

A constante atualização e a diversificação de seus produtos mantêm a empresa faturando alto. Em 2009 foram € 372 milhões. E não só com canivetes, mas também relógios, roupas, perfumes, carteiras, pastas e malas de viagem. Tudo isso voltado essencialmente para os homens. 

 

Agora, porém, a divisão Travel Gear mira outro tipo de público: as mulheres. “Cerca de 80% dos nossos produtos são usados por homens, mas 50% deles são comprados por mulheres. Elas compreendem que a ideia de robustez e longevidade do produto pode estar ligada a design e inovação”, diz Nathan Schulte, presidente da divisão Travel Gear. 

 

“Por causa desse potencial, a nossa divisão já tem planos para desenvolver produtos focados no público feminino”, afirma Schulte. Uma atenção especial será dedicada à variedade de formas e cores das malas – que hoje se limitam a praticamente três opções: preto, vermelho e bege – e outros utensílios de viagem. 

 

Nos Estados Unidos, celebridades femininas da música e do cinema já descobriram as malas da Victorinox, como a cantora Madonna e a atriz vencedora do Oscar de atriz coadjuvante de 2004, Renée Zellweger.

 

Impressionado com o aumento da venda dos produtos de viagem da marca suíça na América Latina e no Brasil, Schulte agendou sua primeira visita ao País. “O consumo na região cresceu 238%. 

 

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Para elas: a marca suíça começa a olhar para o público feminino e

vai investir em formas e cores, como a prata

 

A América Latina é o nosso maior mercado internacional, depois dos Estados Unidos. Só depois vêm a Europa e a Ásia.” O presidente diz que o Brasil é o terceiro mercado entre os países latinos. 

 

“O primeiro é a Venezuela, seguida do México.” Schulte tem uma justificativa para o crescimento da linha de viagem por aqui. “Percebo que os brasileiros realmente entendem o valor das marcas e se identificam com os produtos europeus.” 

 

Segundo ainda o executivo, o clima econômico global, que gerou impacto negativo nos negócios na Europa, coincidiu com o desenvolvimento dos países latinos e com o aumento do interesse pelo design e a inovação dos produtos que vêm de fora.