A Vinci Compass fechou acordo para comprar a Verde Asset Management, que tem R$ 16 bilhões em ativos sob gestão e é comandada por um dos maiores nomes do setor no país: Luis Stuhlberger.

Em uma primeira etapa, o grupo cofundado por Alessandro Horta e Gilberto Sayão está comprando 50,1% da Verde, em um negócio que envolve 3,1 milhões de novas ações ordinárias Classe A da Vinci e R$ 46,8 milhões em dinheiro.

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O pagamento será feito em duas parcelas: a primeira no fechamento, de 2,2 milhões de novas ações ordinárias Classe A e R$ 32,4 milhões em dinheiro; e a segunda após dois anos, atrelada ao cumprimento de metas de receitas e outras condições.

A previsão é de que a transação seja concluída no quarto trimestre deste ano, sujeita às aprovações regulatórias e outras condições usuais de fechamento.

Uma segunda fase foi estruturada como um “earnout”, a ser pago após cinco anos do fechamento, na qual a Vinci Compass adquirirá os 49,9% restantes da Verde.

O acordo envolve uma contraprestação pagável em novas ações ordinárias Classe A e/ou dinheiro, a critério da Vinci Compass, com valor estimado em R$127,4 milhões.

As ações da Vinci, que são listadas nos Estados Unidos, fecharam a segunda-feira a US$ 10,72.

Fundada em 2009, a Vinci Compass é uma gigante com mais de R$ 300 bilhões em ativos sob gestão e assessoria (conforme dados até junho disponíveis no site da companhia), com atuação em áreas como private equity, infraestrutura, imobiliário e florestal, além de crédito, ações, previdência.

Stuhlberger seguirá como CEO

Stuhlberger, que se juntará à Vinci como sócio, continuará como CEO e CIO da Verde, “preservando a autonomia diária da equipe e, ao mesmo tempo, se beneficiando da plataforma mais ampla da Vinci Compass”.

Ele começou sua carreira na Hedging-Griffo em 1981 e em 1997 lançou o Fundo Verde, um dos maiores e mais antigos hedge funds do Brasil. Em 2007, o Credit Suisse comprou o controle da Hedging-Griffo e, em 2015, com sua equipe, Stuhlberger fundou a Verde.

As empresas afirmaram que os principais executivos da Verde se juntarão à Vinci Compass como sócios, e as ações recebidas como parte da transação estarão sujeitas a lockups com liberações parciais ao longo de um período de cinco anos.

“A transação foi concebida para uma transição de longo prazo, uma vez que os executivos e a alta administração da Verde permanecerão em suas funções atuais e totalmente comprometidos com a gestão dos fundos e do portfólio geral da Verde”, afirmou a Vinci no comunicado.

“Esperamos que a transação seja imediatamente positiva para o lucro operacional ajustado (FRE) por ação, com impacto de dois dígitos, e tenha um efeito positivo de um dígito, entre baixo e médio, sobre o lucro distribuível por ação”, disse o grupo.