Por Celso Masson

A história do vinho chileno não seria a mesma sem a Concha y Toro, maior vinícola da América Latina, com rótulos em 140 países. Também seria outra sem o toque da família Rothschild, uma das grandes potências globais da bebida. Foi da fusão dessas duas forças que nasceu o Almaviva. Considerado um dos melhores do Chile desde seu lançamento (completou 25 anos na safra de 2020), o Almaviva chegou ao apogeu pelas mãos do enólogo Michel Friou, que assina também o EPU, segundo vinho da casa. Friou foi responsável por alcançar 100 pontos com o Almaviva na safra 2017, ano em que o crítico James Suckling o elegeu “vinho da década”.

Ainda assim, há quem prefira a safra de 2018. Ou de 2021, que chegará ao mercado brasileiro só no próximo ano. Isso porque, nas palavras do próprio enólogo, o clima mais frio entre janeiro e colheita “gerou um processo de amadurecimento ideal”.

As frutas ganharam intensidade, frescor e tensão, especialmente na uva Cabernet Sauvignon, que corresponde a 71% do blend (com 22% de Carménère, 5% de Cabernet Franc e 2% de Petir Verdot).

Com 20 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês, ele ainda está jovem para ser bebido, por isso precisa de mais um tempo em garrafa. Ainda assim, a primeira impressão, ao menos dos especialistas convidados para um almoço com Friou em São Paulo, foi que a safra pode ser histórica.

Vendido sempre aos comerciantes da Place de Bordeaux antes de chegar ao resto do mundo, o Almaviva é daqueles vinhos que mesmo os grandes conhecedores deixam para desfrutar em ocasiões especiais. Por isso a vinícola criou uma linha de preço mais acessível, o EPU.

Elaborado com o mesmo rigor do irmão mais velho, ele se diferencia pelas uvas colhidas de vinhedos mais jovens. Uma bela introdução ao mais francês dos chilenos. Os preços ao consumidor final ainda não foram divulgados.