17/02/2016 - 0:00
Confesso que foi a carta de vinhos, com foco nos rótulos orgânicos e biodinâmicos, que me levou ao 150 Maksoud, o novo restaurante deste hotel que marcou o cenário paulistano na década de 1980 e 1990. Localizado no lobby, o 150 é agora o restaurante principal do hotel, comandado pelo chef Juca Duarte. O menu promete: há criações muito bem feitas como o polvo com purê de castanha-do-pará ao molho de pequi e coentro, por exemplo. E a carta de vinhos acompanha: são 30 rótulos selecionados pelo croata Niko Dukan, um apaixonado pelo tema que passa alguns meses por ano no Brasil.
A ideia de Niko foi escolher brancos e tintos que, em sua opinião, expressem o terroir. “Escolhi vinhos com identidade, que revelem a sua origem”, conta ele. Estão lá o La Stoppa, da italiana Elena Pantaleoni, elaborado com a uva trebbiano, o Château Le Puy, de Jean Pierre Amoreau, em Bordeaux, o Saint Bris, de Clotide Davenne, na Borgonha, entre outros. Há dois brasileiros na carta: o Élèphant Rouge, da vinícola Larentis, e o único rótulo não orgânico, o espumante Lirica Crua, da vinícola Hermann. “Queria colocar um espumante brasileiro e este expressa, como poucos, a sua origem”, afirma o croata. Os preços variam de R$ 95 (o Élèphant Rouge) a R$ 450 (o Le Puy e o champanhe Lamandier Bernier Blanc de Blancs).
Mas a carta não se resume às escolhas de Dukan, que abrem o cardápio e foi batizada de terroir wines. Nas páginas seguintes estão os rótulos que já estavam no estoque da casa e que incluem um considerável volume de tintos consagrados, como Vega Sicilia Unico, três safras do Sori Tildin de Angelo Gaja, quatro safras do grand echézeaux, da Domaine de la Romanée Conti, cinco safras diferentes do Château Haut Brion, entre outras.
No cardápio, Juca Duarte promete focar na chamada cozinha de ingrediente, com o uso de produtos sazonais e preparos que destaquem o seu sabor. O chef assumiu a cozinha do hotel no final do ano passado, com a proposta de reformulá-la e torná-la mais contemporânea. Ele veio do Clos (antigo Clos de Tapas) e, antes, fez diversos estágios na Espanha. Para o cardápio e a carta de vinhos ficar completa, só falta a reforma do local, prometida por Henry Maksoud Neto, presidente do hotel, para breve – o ambiente ainda lembra o Maksoud de outros tempos.