27/09/2025 - 10:00
Os brasileiros têm motivo de sobra para perder o sono. Porém, dois assuntos são predominantes quando as pessoas são questionadas sobre quais são os temas que mais as preocupam: criminalidade e violência e corrupção, seja política ou financeira.
A pesquisa “What Worries the World”, realizada pela Ipsos e referente ao mês de setembro, aponta que a violência é a maior preocupação do país para 43% dos brasileiros. E o tópico ganhou destaque. O desempenho representou um crescimento de 1 ponto percentual em comparação ao levantamento realizado em agosto e 3 pontos a mais do que a pesquisa realizada há um ano.
Na segunda colocação aparece a corrupção. O tema aparece como maior preocupação para 38% dos entrevistados e foi o que mais cresceu, seja na comparação mensal ou na anual. Em agosto, a corrupção era o assunto mais preocupante para 33% dos brasileiros. Em setembro do ano passado, 26% diziam estar preocupados com o assunto.
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“Este movimento pode estar relacionado à ampla cobertura midiática do julgamento da tentativa de golpe, e também da operação realizada pela polícia federal nas investigações de ações do grupo PCC em esquemas de lavagem de dinheiro em São Paulo”, disse Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil.
Na avaliação do executivo, as repercussões a respeito da CPMI que investiga as fraudes no INSS e dos encaminhamentos a respeito da PEC da Blindagem – já rejeitada na CCJ do Senado – também contribuíram para a mudança na percepção das pessoas.
Violência do mundo
Em parte, as preocupações dos brasileiros são as mesmas das pessoas ao redor do mundo. A pesquisa da Ipsos mostra que a criminalidade e a violência também lideram as inquietações globais, com 32%. Contudo, a segunda maior apreensão do mundo é com a inflação, com 30%.
“No cenário internacional, os Estados Unidos chamam atenção por registrarem, pela primeira vez este ano, um pessimismo maior que o brasileiro em relação à direção do país”, disse Calliari.

Já na Argentina, a preocupação com a corrupção disparou em setembro, com um salto de 11 pontos percentuais em apenas um mês. O dado ilustra bem com o cenário local de instabilidade política, marcado por denúncias envolvendo aliados do governo Milei e pelas tensões em torno das reformas estruturais que estão em curso.
“O que os dados revelam, em última instância, é que a opinião pública responde rápido ao ambiente político e social que a cerca. É um retrato de um mundo em que o humor coletivo oscila entre a descrença e a inquietação e onde a estabilidade virou um bem cada vez mais raro”, diz o executivo.