A visita do papa Francisco aos Estados Unidos, especialmente em Nova York, onde terá uma agenda intensa que coincide com a chegada de 170 líderes mundiais para a Assembleia Geral da ONU, representa um desafio de segurança inédito para as autoridades.

Os serviços secretos americanos serão os principais responsáveis pela segurança do pontífice durante a estadia no país, entre 22 e 27 de setembro, com escalas em Washington, Nova York e Filadélfia.

Além das visitas à Casa Branca e ao Congresso em Washington ou à sede das Nações Unidas em Nova York, o papa celebrará missas para grandes multidões nas três cidades, a última delas na Filadélfia ao ar livre, que deve reunir dois milhões de pessoas, de acordo com a organização.

Em Nova York, onde o sumo pontífice passará a tarde do dia 24 e toda a sexta-feira 25, as autoridades não duvidam em classificar o evento como “o maior desafio em termos de segurança que o departamento de polícia da cidade já enfrentou”, segundo o chefe das forças de segurança, Bill Bratton.

“Nunca antes vimos algo como isto”, afirmou o prefeito Bill de Blasio a respeito da visita do papa e da presença de 170 líderes mundiais para a Assembleia Geral da ONU a partir do dia 25 e até 6 de outubro.

Nova York tem experiência com operações de segurança complexas para a visita de chefes de Estado, como acontece a cada grande reunião da ONU ou, por exemplo, quando o presidente Barack Obama compareceu em 2011 ao 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro.

Mas ao contrário das experiências anteriores, quando a segurança ficou concentrada em apenas um lugar da cidade, desta vez a intensa agenda de Francisco supera tudo o que a polícia conhece.

De fato, o papa vai passar do sul de Manhattan (onde acontecerá uma cerimônia no Memorial de 11/9) até o Harlem (visita a uma escola católica), incluindo um discurso na ONU, uma procissão no Central Park e uma missa no Madison Square Garden.

Com o objetivo de demonstrar que nada ficará submetido ao acaso, a polícia de Nova York e quase 50 agências de segurança locais, estaduais e federais organizaram na segunda-feira um exercício de simulação com um cenário de franco-atiradores, desabamento de edifícios e explosões.

Comandantes de unidades especiais da polícia, dos serviços de inteligência, do FBI, dos bombeiros de Nova York, da Autoridade de Transporte de Nova York e de Nova Jersey e da Guarda Costeira, entre outros, estavam presentes no segundo andar do quartel do Departamento de Polícia da cidade.

A prefeitura de Nova York apresentou na semana passada um primeiro plano detalhado com o fechamento de muitas ruas, em vários casos durante praticamente todo o dia, e fez alertas sobre engarrafamentos.