26/10/2021 - 12:38
Visto como inepto por lideranças de caminhoneiros na articulação com o governo federal, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, adicionou mais um pouco de pimenta na sua imagem frente às lideranças do movimento de motoristas. Durante palestra na sexta-feira (22), Tarcísio foi contundente ao dizer que a chance de greve na categoria é “zero”.
Segundo a coluna do jornalista Chico Alves, no UOL, o ministro disse a empresários que a possibilidade de os caminhoneiros repetirem a greve de 2018, que parou o País inteiro, é “nenhuma” e assegurou que não vai ter greve.
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Desde o dia 16 de outubro entidades de motoristas autônomos estão ameaçando greve para o dia 1° de novembro. O áudio da manifestação do Ministro parece ter acirrado ainda mais esta intenção. Mas, de acordo com essas entidades, tudo vai depender da capacidade de negociação do governo, atendendo pedido de redução do preço do diesel e estabelecimento de piso mínimo do frente.
Criticando o movimento de 2018, apoiado integralmente pelo então deputado federal, Jair Bolsonaro, o ministro disse que as lideranças daquela época foram apoiadas pelo agronegócio, atuaram unicamente com espírito de locaute e causaram danos permanentes ao País.
“Quem parou o Brasil em 2018 foram empresas de transporte fazendo locaute, com apoio do agronegócio, gente que queria realmente forçar uma baixa do preço do diesel. Isso teve um efeito colateral péssimo”, disparou o ministro segundo a coluna.
Ontem, o deputado que preside a Frente Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, Nereu Crispim (PSL-RS), disse que Tarcísio é pessoa de “conversa fiada” quando o assunto é fazer o meio de campo entre a categoria e o governo federal. As lideranças de caminhoneiros pedem que o ministro não seja mais representante da categoria no Palácio do Planalto.
A fala de Tarcísio foi mal recebida entre lideranças dos caminhoneiros.
À coluna do jornalista do UOL, Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, disse que o ministro trabalha em favor do grande empresário e que o Estado “está aí para proteger os mais frágeis e não os mais poderosos”.
Sobre a greve, Litti comentou que cada transportador autônomo vai decidir sobre o assunto.