04/08/2025 - 17:22
O governo dos Estados Unidos anunciou que passará a exigir um caução de até US$ 15 mil (cerca de R$ 82 mil na cotação atual) para conceder vistos de turismo ou negócios para viajantes de determinados países. Os países atingidos não foram divulgados. Segundo a Casa Branca, as nacionalidades impactadas serão anunciadas 15 dias antes do início do piloto do programa, e a publicação deste detalhamento está prevista para esta terça-feira, 5.
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Segundo documento publicado pelo governo estadunidense, a medida impactará pessoas “de países identificados pelo Departamento de Estado como tendo altas taxas de permanência ilegal (overstay) de visto”.
Três tipos de visto serão incluídos na medida: o B-1 (emitido para viagens de negócios), B-2 (para viagens de turismo) e B-1/B-2 (classificação mista a partir dos dois primeiros). Serão três valores fixos de caução (US$ 5.000, US$ 10.000 e US$ 15.000), e a escolha caberá ao oficial consular com base nas circunstâncias do solicitante.
O governo já tentou fazer um teste semelhante no final de 2020, porém não obteve sucesso devido ao baixo fluxo de turistas provocado pela pandemia de covid-19. Na ocasião, os países afetados seriam Afeganistão, Angola, Butão, Burkina Faso, Birmânia, Burundi, Cabo Verde, Chade, República Democrática do Congo, Djibuti, Eritreia, Gâmbia, Guiné-Bissau, Irã, Laos, Libéria, Líbia, Mauritânia, Papua Nova Guiné, São Tomé e Príncipe, Sudão, Síria e Iêmen.
Segundo informações do jornal DW, as medidas atingiram em 2022 países com mais de 10% de taxa de permanência ilegal. Como o Brasil tem taxa bem abaixo, de cerca de 1,62%, pode passar longe da medida. No entanto, como a relação dos dois países vive um momento delicado, é necessário aguardar a medida para ter certeza.
O documento publicado nesta segunda-feira informa que as medidas também abrangerão países onde a “triagem e verificação são consideradas deficientes” ou que oferecem “Cidadania por Investimento” sem requisito de residência
Visto e imigração na política de Trump
Como motivo para a medida, o governo dos EUA afirma querer “encorajar governos estrangeiros a tomar medidas imediatas para reduzir as taxas de permanência ilegal (overstay) de seus nacionais ao viajar para os Estados Unidos para visitas temporárias, e para encorajar os países a melhorar a triagem e verificação e a segurança dos documentos de viagem e civis, inclusive na concessão de cidadania”.
O texto menciona ainda que a medida responde à ordem executiva 14.159 publicada por Donald Trump, com o título de “Protegendo o Povo Americano Contra a Invasão”. Publicado no primeiro dia do segundo mandato de Donald Trump, o documento serve de guia para uma série de medidas de endurecimento nas políticas migratórias do país.
Anteriormente, o governo dos EUA passou a exigir as redes sociais de estudantes que querem ir ao país, como forma de monitorar possíveis postagens contra o republicano. Ao mesmo tempo, criou um programa para dar visto a donos de grandes fortunas que invistam US$ 5 milhões de dólares nos Estados Unidos.