O liberal pró-europeu Bronislaw Komorowski foi eleito presidente da Polônia depois de derrotar seu adversário conservador Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo do falecido presidente Lech Kaczynski, em um acirrado duelo eleitoral, segundo resultados quase definitivos.

Kaczynski admitiu na noite de domingo sua derrota nas eleições, cujos resultados foram saudados por outras capitais europeias.

“A vitória de Komorowski é um forte sinal pró-europeu”, afirmou o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle.

O presidente francês Nicolas Sarkozy considerou que a eleição do candidato liberal ia permitir à Polônia afirmar ainda mais seu papel na Europa, em uma carta de felicitações divulgada pela presidência francesa.

Komorowski obteve 53,01% dos votos, em uma eleição que teve uma participação de 55,31% dos eleitores, segundo resultados definitivos da Comissão Eleitoral Nacional.

O adversário de Komorowski, Kaczynski, obteve 46,99% dos votos.

A disputa eleitoral entre Komorowski, de 58 anos, e Kaczynski, de 61, foi o último capítulo de uma longa luta pelo poder na Polônia, apesar de o virtual presidente eleito prometer uma política de cooperação depois da difícil coabitação entre o governo liberal de Donald Tusk e o falecido presidente conservador Lech Kaczynski.

“As divisões fazem parte ineludível da democracia”, afirmou Komorowski no domingo. “mas temos que nos assegurar que essas divisões não impedirão cooperação”, crescentou.

Komorowski – que foi presidente do parlamento antes de virar presidente interino da nação após a morte de Lech Kaczynki – é um aliado-chave do primeiro-ministro liberal Donald Tusk.

Lech Kaczynski havia derrotado Tusk na presidencial de 2005, mas os analistas consideram que chegou a hora da verdade para o governo liberal de Tusk, agora que seu partido controla todos os setores do Estado.

“Não foi Bronislaw Komorowski quem obteve o mandato e sim toda a formação política liberal”, assegura nesta segunda-feira em sua primeira página o jornal Dziennik Gazeta Prawna.

As eleições de domingo foram acompanhadas com grande interesse pelos demais países da UE, bloco ao qual a ex-comunista Polônia se somou em 2004.

De fato, os gêmeos Kaczynski – um como presidente e outro como primeiro-ministro de julho de 2006 a novembro de 2007 – foram claramente eurocéticos, confrontando frequentemente com outros líderes europeus.

No entanto, o partido dos Kaczynski, Direito e Justiça, perdeu em seguida as eleições legislativas ante a Plataforma Cívica de Tusk e Komorowski.

Apesar disso, o Direito e Justiça pôde contar com o presidente Lech Kaczynski, que, antes de morrrer, utilizou 18 vezes o veto presidencial para bloquear as leis liberais do governo de Tusk.

A Polônia assumirá a presidência rotativa da UE no segundo semestre de 2011.

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