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RODRIGO E DIEGO PERRI: os dois irmãos estão à frente das operações diárias da empresa

NA DÉCADA DE 80, O QUILO DO CAMARÃO CUSTAVA NO MERCADO NACIONAL três vezes o valor de um quilo de picanha. Hoje, essa proporção caiu para uma vez e meia. E existe uma família que teve papel fundamental na ?popularização? desse crustáceo: os Perri. Em 1984, eles abriram um restaurante em Moema. Com uma discreta faixa que anunciava ?Em breve, camarão a preço justo?, Fernando Perri deu os primeiros passos para o que viria a ser a Vivenda do Camarão. Após 24 anos, a marca tornou-se a maior rede de fast-foods nesta categoria. São 70 lojas, entre próprias e franquias, distribuídas em quase todo o território nacional, que consomem cerca de 65 toneladas de camarão por mês e cujo faturamento só aumenta.

O valor em números, a família não abre, mas admite que houve crescimento, em 2007, de 38% em relação a 2006. Cada unidade franqueada teve um faturamento bruto mensal de R$ 82 mil, segundo a assessoria de imprensa. Para 2008, eles têm vários planos de expansão e esperam crescer 35% em relação a 2007. Querem abrir 19 unidades novas e devem iniciar a exportação de seus produtos. Os certificados internacionais já estão na mão e as negociações em andamento. Na lista dos acordos em vista está o fornecimento de frutos do mar para os 12 mil restaurantes da Pizza Hut nos Estados Unidos. A Vivenda já é fornecedora das filiais brasileiras. ?Estamos ainda conversando com supermercados e restaurantes nos Estados Unidos, Alemanha, Espanha e China?, revela o filho de Fernando, Rodrigo Perri, que, ao lado do irmão, Diego, está à frente do dia-a-dia operacional da empresa. Em cinco anos, a Vivenda pretende exportar um valor que represente de 20% a 25% do faturamento da empresa.

Mas os primeiros passos nem de longe demonstravam o que viria a se tornar essa rede. Ao lembrar do primeiro restaurante da família, Rodrigo diverte-se contando que, na inauguração, eles não esperavam tantos clientes. O local, que tinha capacidade para 180 pessoas, recebeu 300. Resultado: a fiação derreteu por causa da sobrecarga de energia e comprometeu a eletricidade da rua. Quinze dias depois, o restaurante reabriu e o movimento de clientes continuou crescendo. O segredo do sucesso? ?Meu pai comprava camarão tipo exportação direto dos produtores e conseguia, com isso, um preço justo para a qualidade que servíamos.? Nos anos 90, com quatro restaurantes na cidade, a família foi convidada para abrir um fast-food na primeira praça de alimentação do Brasil, no Shopping Morumbi, a fim de servir petiscos e salgados aos clientes que aguardavam na espera do restaurante.

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?Com o passar do tempo, algumas pessoas não podiam aguardar a fila de espera que se estendia até duas horas?, revela Rodrigo. Foi assim que surgiram os pratos menores e mais rápidos que demoram dez minutos para ficar prontos e são vendidos, em média, por R$ 13,90.

A fim de garantir uma matéria-prima de qualidade, em 1998, os Perri compraram uma fazenda de criação de camarão em cativeiro. Cinco anos depois, com a produção brasileira a todo vapor, eles montaram um sistema similar ao da Sadia e Perdigão, contratando fornecedores com qualidade garantida para suprir a demanda. Um ano antes, a família já havia investido mais de US$ 2 milhões na reforma de sua Central Processadora de Alimentos ? criada em 1997 e que tem capacidade para atender até 150 estabelecimentos ? visando a ampliar a capacidade de atendimento e dar mais rapidez às lojas. E, no ano passado, comprou uma máquina descascadora de camarão no valor de US$ 1 milhão. ?Nosso cardápio tem um preço equivalente aos restaurantes que servem massa. Estamos felizes com a popularização desse crustáceo e continuaremos investindo para que fique assim?, finaliza Rodrigo.