Em 2004, os executivos americanos farão 144 milhões de viagens de negócios. São os dados da Associação da Indústria de Viagens, entidade americana que monitora os negócios do setor de turismo nos Estados Unidos. É um indicador fundamental para as principais companhias aéreas do mundo. Mostram, na ponta do lápis, que conquistar os chamados globetrotters do mundo corporativo é questão de sobrevivência. Por isso, hoje, as empresas de aviação oferecem muito mais que aviões modernos e poltronas confortáveis. A nova onda é proporcionar luxo em solo firme, em salas vips. No manche dessa rota estão companhias como British Airways, Air France e Swiss (ex-SwissAir). A companhia inglesa é pioneira em um novo tipo de lounge: a sala de chegada fora da área de embarque, depois da alfândega.

Pode parecer mero detalhe mas este tipo de serviço faz toda a diferença para o executivo que vai à cidade e volta no mesmo dia. Em vez de seguir direto para o encontro de negócios, ele pode ir para a sala, descansar, tomar um banho e até fazer uma massagem. O ambiente, chamado de Terraço, já pode ser visto em aeroportos como o de Heathrow, em Londres, e no JFK, em Nova York. Esses locais reúnem o que há de mais exclusivo. No primeiro andar, estão as salas com duchas para banho. No segundo, há um bar, área para apreciadores de charutos, biblioteca e uma sala de reuniões com micros, fax e telefones. O grande destaque, contudo, fica por conta de uma ala batizada de ?O Santuário?. É um spa da famosa grife de cosméticos Molton Brown. Ali, o passageiro pode receber uma massagem relaxante, fazer tratamentos faciais e até meditação em total silêncio. ?A idéia é fazer o turista sair novo daqui?, diz Andréia Rulli, gerente de marketing. Os privilégios, somados às reformulações da classe executiva e a compra de novas aeronaves, custaram US$ 1,1 bilhão à British.

Transformar a viagem, mesmo que a negócios, em uma experiência única é tendência que toma conta da aviação civil. Prova disso é que a Swiss acaba de inaugurar um dos maiores bares do mundo dentro de uma sala vip. No aeroporto de Zurique, a companhia montou uma estrutura digna de badalados pontos de encontro para um happy hour. ?Só o balcão do bar tem vinte e oito metros de comprimento?, diz Nadia Kardouss, coordenadora de marketing da empresa. Outra novidade no segmento se passa no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Depois de investir 460 mil euros, a Air France inaugurou a primeira sala vip de uma série de 51 que brotarão nos próximos anos. Com 66 poltronas, ela tem desenho moderno, numa mistura de madeira com metais, acesso gratuito à internet, chuveiros e uma seleção de vinhos. Afinal, voar é apenas um detalhe.