Sua cidade não tem um Starbuscks destes. E você não vai parar de pensar nisso até ter um. Nem o normalmente comedido jornal Asahi Shimbun, de Tóquio, conseguiu esconder a excitação com a nova unidade da rede de cafés americana aberta quinta-feira (28) na capital do país. “Oferece aos visitantes um prazer sensorial”, descreve a reportagem.

A Starbucks Coffee Japan Ltd abriu sua loja especial, de quatro andares, no distrito de Naka-Meguro. “Queremos criar uma maravilha do café, onde as pessoas possam ter uma experiência única”, disse ao Asahi Shimbun o CEO da Starbucks Coffee Japan, Takafumi Minaguchi. Conseguiram. O Starbucks Reserve Roastery Tokyo tem um espaço total de cerca de 3.000 metros quadrados.

É a quinta versão desta série exclusiva de cafeterias premium da rede, batizadas de Roastery. Seattle, onde a marca nasceu, em 1971, foi a primeira. A da cidade foi aberta em dezembro de 2014. Depois vieram a de Xangai (dezembro de 2017), Milão (setembro de 2018) e Nova York (dezembro do ano passado). Agora, Tóquio. Chicago será a sexta.

Santuários teatrais

Para entender o que é uma Starbucks Reserve Roastery é preciso eliminar qualquer resquício de uma loja comum do Starbucks ao qual você já tenha ido. A empresa diz que estes endereços são “santuários teatrais e experienciais para curtir a paixão pelo café”. Os perfis dos profissionais vão além dos atendentes. Há mestres torrefadores, mixologistas e baristas. Todo café consumido ali é torrado localmente. E o maquinário de torrefação fica exposto aos clientes. Os grãos são uma coleção globetrotter: Brasil, Colômbia, Guatemala, Havaí, Quênia, Sumatra, Uganda…

Além do espaço dedicado ao café esses espaços premium são um parque de diversões adulto com área para chás especiais, bar, loja e um espaço para eventos e cursos. Do bar saem coquetéis clássicos e exclusivos, além de cerveja e vinho. O cardápio de bebidas e comidas mudam sazonalmente. Tudo com ‘assinaturas’. Os pães, pizzas, bolos e doces saíram de uma linhagem de padeiros e confeiteiros italianos comandada por Rocco Princi.

Nas lojas premium chamam a atenção o pé direito alto o suficiente para os silos de fornos de ferro fundido forjados para o processo de armazenagem e torra do café. Há mais de 100 variações com sabores como Barrel-Aged Cold Brew (na loja de Tóquio custa o equivalente a US$ 10,87), que usam grãos envelhecidos em um barril de uísque. O mais barato custa cerca de US$ 5,50.

Dali saia para a experiência do chá e pare no bar. Termine a viagem passando pela lojinha com artigo relacionados a café e peças com uma destacada letra R, de Roastery. Jennifer Quotson, a vice-presidente do Starbuck Creative Studio, disse que “o objetivo foi fazer algo diferente”. Há desde equipamentos premium de fabricação de café originários do Japão até louças de cerâmica minimalistas da Suécia. “Adoramos como o café nos liga à cultura”, afirmou Quotson. O endereço de Tóquio possui um terraço com vista para o rio Megurogawa, famoso pela floração de cerejeiras na primavera. O de Milão ocupa um Palazzo na Piazza Cordusio.

Vanguarda do varejo

Para a mercadologista Cecília Andreucci, especialista em varejo, nas Starbucks Reserve Roastery “o que mais impressiona é a viagem pelo mundo do café”. Mas, essencialmente, “percebe-se um claro movimento da empresa para ganhar legitimidade em cafés de alta qualidade”. Há uma tendência no varejo que vai além dos produtos. Comprar é consequência. “Os clientes procuram também entretenimento e relacionamento”, diz Andreucci. É o chamado varejo multipropósito.

 

 

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