A perspectiva de juros em queda e a acentuada desvalorização das ações, que já acumulam uma baixa de 7,3% no segundo trimestre, têm atraído os investidores de volta à bolsa. Em abril, o número de pessoas físicas cadastradas na BM&FBovespa subiu para 575,2 mil, um aumento de 1,1% em relação a março. O percentual é pequeno, mas foi o primeiro acréscimo em dez meses. Historicamente, eventos pontuais influenciam diretamente no vai e vem dos investidores na bolsa. Em 2007, por conta do recorde de operações de abertura de capital (IPO), o número de contas mais do que dobrou, avançando 108% em relação a 2006. As crises de 2008 e de 2011 interromperam esse ciclo e provocaram o afastamento de muitos investidores. 

 

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Expectativa: juro menor pode tornar real a meta de cinco milhões de acionistas na bolsa.

 

“A partir de agora, esse movimento das taxas vai fazer com que o brasileiro se desacostume com o ganho fácil do juro alto”, afirma o professor do Ibmec-RJ Alexandre Espírito Santo. As ações em queda são um atrativo a mais, pois muitos papéis estão próximos dos preços do início de 2009. Para Valter Police, da  Police Consultoria, faz sentido o investidor voltar com mais apetite à bolsa no cenário atual. “Essa pode ser a deixa para a bolsa intensificar as campanhas de captação de público, rumo à marca de cinco milhões de investidores, esperada para 2018”, diz. Segundo José Alberto Netto Filho, professor de educação financeira da BM&FBovespa, o novo cenário cria condições para que a renda variável se mostre mais atrativa. “Informação e conhecimento foram passados. Agora precisamos de um ambiente econômico ideal para que se produza resultado”, afirma.