12/04/2017 - 9:15
O volume de energia vendida pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) aos consumidores finais e consumo próprio recuou cerca de 7% entre outubro e dezembro, na comparação com igual etapa do ano anterior, somando 10.898 GWh. No ano, a queda foi de 6,5%, para 43.083 GWh, reportou a companhia.
As vendas para as residências se mantiveram praticamente estáveis, passando de 2.517 GWh para 2.510 GWh no trimestre, mas as indústrias compraram 13% menos, ou 4953 GWh, enquanto o segmento comercial demandou um volume 2% menor, de 1.665 GWh. No ano, o consumo residencial se manteve relativamente estável em 9.915 GWh (+0,9%), enquanto as indústrias consumiram 19.627 GWh, alta de 5,2%, em relação ao de 2015, principalmente pela significativa retomada de atividade do setor de metalurgia/Ferroligas.
A estatal explica, porém, que enquanto os consumidores cativos do segmento compraram 15% menos, a energia transportada para clientes livres cresceu 10,3%, em função da migração de clientes de media tensão. E a Cemig GT aproveitou parte desse movimento de migração de clientes ao Ambiente de Contratação Livre, ainda que não exatamente absorvendo os antigos consumidores da Cemig D.
A carteira da geradora fechou o 2016 com a incorporação de 260 novos clientes da classe comercial, “localizados, principalmente, fora do estado de Minas Gerais”, informou a companhia, e 218 são novos clientes industriais. A geradora encerrou o ano com 1.040 clientes faturados, número 94,0% maior em relação a dezembro de 2015. Esses clientes, no entanto, consumiram 13% menos, ou 16.327 GWh no ano, tendo em vista a retração econômica que levou até mesmo a algumas paralisações em unidades fabris. Por outro lado, as vendas para as distribuidoras e comercializadoras, ou ainda geradoras e Produtores Independentes de Energia, cresceram 15,5%, para 12.508 GWh em 2016.
O resultado foi a receita com fornecimento de energia elétrica de R$ 23,43 milhões em 2016, o que representa um aumento de 4,01%. Além da alta na receita com venda de energia, a Cemig também reportou um crescimento da receita com uso dos sistemas elétricos de distribuição (TUSD), referente a encargos cobrados dos consumidores livres sobre a energia vendida, que somou R$ 1,7 bilhão no ano, alta e 16,4%.
Por outro lado, a Cemig faturou menos com as transações com energia na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que geraram receita de apenas R$ 161 milhões em 2016, 93,36% menos que os R$ 2,4 bilhões anotados um ano antes. A redução está relacionada a menor quantidade de energia disponível para liquidação no mercado atacadista devido, principalmente, a alocação da energia gerada pela hidrelétrica São Simão para o atendimento do mercado regulado, de acordo com o regime de cotas.
Também houve queda da receita com o fornecimento de gás, que somou R$ 1,44 bilhão no ano, montante 13,4% menor que o anotado um ano antes por conta do menor volume de gás vendido.