A idéia é voar como um magnata ? ainda que pagando por hora. Uma autêntica explosão de acordos de compartilhamento de aviões está colocando os jatos executivos ao alcance de meros funcionários (graduados, é verdade) de bancos e empresas européias. Mais de mil operadoras de charter estão em atividade na Europa. É possível fretar um vôo de cada vez, e às vezes sai até mais barato do que uma passagem de primeira classe. Mas o conceito que está movimentando o mercado é o de ?propriedade fracionada?, na qual um grupo de clientes compra pacotes de 25, 50 ou 100 horas de vôo de cada vez em seu avião preferido. ?Você só paga pelo que usa. Não gasta dinheiro para ter seu avião parado em um hangar?, tem dito Robert Dranitzke, diretor de negócios europeus da NetJets.

Controlada pelo lendário investidor Warren Buffett, esta empresa americana é a turbina por trás desta tendência de mercado. Sua frota de 70 jatinhos, incluindo Citations, Dassault Falcons e Raytheon Hawkers, deixa no chão as rivais locais. A operação européia da NetJets foi lançada em 2001, mas registrou em maio último o melhor mês de sua história. A meta para este ano é elevar a base de clientes (que conta com estrelas dos esportes como Luis Figo e Tim Henman) de 600 para mil e colocar o balanço no azul.

No Brasil, o sistema de vôos compartilhados já foi anunciado algumas vezes, mas nunca decolou. A Helisolutions, que opera desta forma apenas com helicópteros, avalia que o mercado de jatos executivos ainda não estava maduro, mas promete finalmente lançar o serviço no País no segundo semestre deste ano. No caso dos helicópteros, cada aeronave é dividida em 10 quotas, cujos preços variam de US$ 52 mil a US$ 220 mil, dependendo do modelo. ?Além de reduzir em até 82% as despesas mensais, é muito mais charmoso ter uma frota à disposição do que tomar táxis aéreos?, resume Walterson Caravaja, presidente da Helisolutions.

COMO FUNCIONA

DIVISÃO: Cada cliente compra pacotes de 25 a 100 horas de vôo
PREÇO: Ser dono de um Falcon EX por 50 horas custa US$ 1,6 milhão
CLIENTES: British Gas, Rolls-Royce e Glaxo já aderiram ao sistema