01/10/2018 - 11:58
Faltam poucos dias para o 1º turno das eleições. É natural que a disputa à Presidência da República centralize as atenções de todos e é sobre ela que falaremos aqui, no blog “Decomplicando a Economia”. No entanto, vale destacar a importância de boas escolhas para os governos estaduais, que, em sua maioria, vivem numa completa penúria fiscal, e para as Assembleias Legislativas e o Congresso Nacional, cuja qualidade dos seus integrantes não têm sido motivo para aplausos.
Na disputa ao Palácio do Planalto, é fundamental analisar a agenda econômica dos candidatos antes de tomar qualquer decisão. Somente a retomada do crescimento econômico será capaz de gerar as condições fiscais para que o governo implemente suas propostas. Não adianta nada ter soluções fantásticas que demandem mais gastos públicos se o Estado está tecnicamente quebrado.
Não quero aqui menosprezar temas sociais, como Saúde, Educação e Segurança Pública, que deveriam ser pilares de qualquer plano de governo. Porém, nenhum avanço significativo será obtido nestas áreas se o País continuar gerando déficits primários acima de R$ 100 bilhões ao ano. Colocar a casa em ordem é o primeiro passo do próximo governo, seja ele de esquerda, de centro ou de direita.
Neste contexto, o futuro presidente necessitará de uma agenda econômica responsável, crível e com credibilidade, sem a qual os investimentos privados não sairão do papel. Logo no início do mandato, medidas polêmicas e supostamente impopulares terão de ser tomadas como a reforma da Previdência Social, a privatização de estatais e a abertura comercial.
Sim, arrumar as contas públicas vai doer no bolso e acirrar os ânimos dos descontentes, como ocorreria em qualquer família endividada. Lamento informar, mas não há espaço para populismo econômico. Não há margem para soluções que demandem mais gastos públicos. Quem vai gerar emprego não serão as estatais nem os órgãos públicos. Será o setor privado, que precisa recuperar a sua confiança no País.
O Brasil precisa de mais setor privado e de menos setor público. Isso não significa acabar com os programas sociais, argumento normalmente utilizado pelos populistas contra os reformistas. Deve-se, inclusive, aprimorá-los e ampliá-los, criando uma porta de saída para que as pessoas prosperem na vida. Os brasileiros mais carentes precisam ter as condições para que, um dia, possam bater no peito com orgulho e dizer que não necessitam mais da mesada do governo.
No dia 7 de outubro, não leve o seu fígado às urnas. Votar com raiva não vai resolver os problemas do País. No momento em que as pessoas estão perdendo a sanidade mental em discussões ridículas nas redes sociais, a minha sugestão é levar o estômago para a seção eleitoral. Aliás, acabo de ter uma ideia. Vamos todos votar em jejum, antes de tomar café da manhã ou antes de almoçar. Quem sabe, com um pouco de fome, a nossa cabeça reflita melhor sobre o tamanho dos desafios econômicos e sociais que o Brasil tem pela frente.
Obs: em respeito à sua inteligência e sempre em busca da isenção jornalística, o blog “Descomplicando a Economia” mantém a sua posição apartidária