27/04/2020 - 22:11
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira que estão prontos para reconhecer a anexação de grande parte da Cisjordânia por Israel, mas pediram ao novo governo de união nacional que também negocie com os palestinos.
“Como deixamos claro de maneira consistente, estamos preparados para reconhecer as ações israelenses para estender sua soberania e aplicação da lei às áreas da Cisjordânia que a ‘visão’ prevê como parte do Estado de Israel”, disse um porta-voz do departamento americano de Estado .
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que chegou a um acordo de poder compartilhado para permanecer no cargo após três eleições sem um claro vencedor, prometeu seguir em frente com as anexações, o que segundo os palestinos fechará a porta para uma solução de dois Estados.
A “visão” de Oriente Médio revelada em janeiro pelo presidente americano, Donald Trump, foi um sinal verde para as anexações, mas o acordo de coalizão de Netanyahu com o centrista Benny Gantz prevê que o gabinete consultará Washington antes de avançar.
O passo do reconhecimento se daria “no contexto do governo de Israel aceitando negociar com os palestinos na linha estabelecida na ‘visão’ do presidente Trump”, destacou o porta-voz do departamento de Estado.
Trump, cuja base de apoio é firmemente pró-Israel, cumpriu uma lista de desejos de Netanyahu nos últimos três anos.
Seu plano para o Oriente Médio permitiria a Israel a anexação – por meio das colônias judaicas – da Cisjordânia, o que o restante do mundo considera ilegal, e exercer a soberania até o limite com a Jordânia.
Aos palestinos seria concedido um estado soberano mas desmilitarizado, além da promessa de grandes investimentos.
A capital do estado palestino ficaria nos arredores de Jerusalém, que permaneceria completamente sob a soberania israelense.
“Esta é uma oportunidade sem precedentes e altamente benéfica para os palestinos”, destacou o porta-voz do departamento de Estado.
Os palestinos se negam a negociar com base no plano de Trump.