Fundada no bairro da Liberdade, em São Paulo, por sócios asiáticos e brasileiros, a rede de cafeterias We Coffee Brasil planeja investir até R$ 25 milhões em novas lojas e no lançamento de novos produtos até o fim de 2024, além da perspectiva de registrar um faturamento de mais de R$ 100 milhões, o que representaria o dobro do resultado de 2023.

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O crescimento deve ser acompanhado pela expansão no número de lojas, a começar por dois espaços que devem ser inaugurados até o meio deste ano. Até dezembro, 12 lojas da marca devem estar em operação. Atualmente, a We Coffee opera oito lojas na região da Grande São Paulo.

A empresa, que é familiar, aposta no sucesso da audiência que alcança em plataformas como Instagram e TikTok. Somadas as duas redes sociais, a We Coffee tem quase 1 milhão de seguidores e publica periodicamente imagens de suas lojas futurísticas e produtos descolados, atraindo o público jovem, sem deixar para trás os mais tradicionalistas, que contam com atendimento personalizado nas lojas.

Não é incomum ver filas que podem passar de até três horas de duração para conseguir atendimento nas lojas da rede. O sucesso, segundo o CFO da We Coffee Brasil, Alexandre Germano, se dá não só pelo alcance via redes sociais, mas pela qualidade dos produtos, a criatividade no design das lojas e parcerias com empresas conhecidas no mercado como a produtora audiovisual Paramount, a montadora chinesa BYD, entre outras.

“Ao longo dos anos, nos tornamos uma empresa 360. Ou seja, não só vendemos café, doces e chás, mas também angariamos receitas por meio de parcerias estratégias que geram novos produtos, sempre pensados no que o público está desejando”, conta Germano.

A rede de cafeterias aposta também na participação de eventos como o Lollapalooza. A We Coffee é uma das companhias que terá espaço no festival de música que acontece no final deste mês, na capital paulista.

E apesar de apostar pesado no público jovem, a empresa busca crescer no segmento B2B (Business to Business), em parcerias que levam os produtos da marca às companhias com as quais têm acordo.

Na sequência, o plano, de acordo com Germano, é chegar ao interior de São Paulo para, em seguida, investir em outros locais do País. Procurada por possíveis parceiros internacionais do Oriente Médio e dos Estados Unidos, a companhia afirma que prefere se estabelecer no Brasil para depois pensar na expansão internacional.

“Nas nossas redes, usuários do Brasil inteiro nos sugerem a abertura de lojas na cidade em que moram. Porém, nossa expansão é feita de forma cautelosa, pensada passo a passo, evitando que a expansão não leve a queda da qualidade dos produtos e lojas que oferecemos. Em miúdos, não dar um passo maior que a perna”, explica.

Proposta é ter uma loja diferente a cada unidade

Loja da We Coffee no Shopping Tamboré, em Barueri, região da Grande SãoPaulo. (Crédito:Divulgação)

Quem visita mais de uma loja da rede de cafeterias percebe imediatamente que elas são bem diferentes. Cada uma delas tem uma arquitetura e um design único, algumas, inclusive, com atendimento robotizado.

Na unidade do shopping São Caetano, em São Caetano do Sul, os pedidos descem por meio de um elevador, como se viessem do céu para as mãos do cliente. Já na operação do shopping Morumbi, o consumidor precisa abrir as portas num armário para encontrar o que pediu.

“Já a nossa loja do Ibirapuera recebeu dois prêmios internacionais de decoração no segmento de cafeteria e foi considerada uma das cinco mais bonitas do mundo nesse quesito”, afirma Germano.

Questionado por Istoé Dinheiro se o franchising poderia representar uma oportunidade de expansão acelerada no mercado, Germano responde que o assunto nunca foi tratado internamente e que não é um plano da empresa franquear o seu negócio.

“Nós trabalhamos muito no desenvolvimento de produtos e hoje não seria possível garantir que eles chegariam com qualidade à uma unidade franqueada. A gente entende que a qualidade pode cair, e não é isso que queremos. Nossa preocupação é manter a qualidade dos produtos como um diferencial”, relata.

Para abastecer as unidades, a We Coffee possui uma cozinha industrial de 3.500 metros quadrados no bairro da Aclimação, na capital paulista.

We Coffee prepara 100 lançamentos até o fim do ano

Segundo Germano, só nos primeiros três meses deste ano, a companhia lançou 12 novos produtos, incluindo pequenos ovos de páscoa para consumo imediato nas lojas. Apesar disso, claro, os clientes podem adquirir o ovo de chocolate personalizado e levar para casa.

Até o dezembro, a intenção é lançar até 100 novos produtos. A inovação no cardápio é uma das estratégias da We Coffee para se manter aquecida no mercado.

Conhecido como “cachorro quente doce”, o Magic Stick é um dos carros-chefe da We Coffee da marca e é vendido nos sabores de morango, manga e Oreo (foto destaque).

Por falar em produtos, Germano garante que todos os itens vendidos nas lojas são provenientes de insumos naturais, ou seja, sem conservantes, corantes ou saborizantes. Eles também levam quantidades controladas de açúcares. Frutas, lanches e doces são inteiramente livres de produtos que possam alterar o gosto natural dos itens.

O café não foge à regra. Ele é produzido por meio de blends combinados oriundos de produtores rurais no interior de São Paulo e em Minas Gerais.

Os grãos desenvolvidos nesses locais são avaliados com uma pontuação de 85, segundo a metodologia da Specialty Coffee Association of America (SCAA), que avalia o desempenho de cada grão provado. Para ser considerado um café especial, o produto precisa atingir o mínimo de 80 pontos de acordo com a órgão.

“Cafés comuns vendidos no supermercado, por exemplo, costumam ter uma pontuação entre 40 e 45 pontos. O diferencial do nosso produto também está nessa alta qualidade de produção do café”, exemplifica o executivo da We Coffee.

Para a produção dos cafés nas lojas da marca, são adquiridos mais 1 uma tonelada de café especial por semestre, de acordo com Germano.