As ações da WEG recuam cerca de 5% nas primeiras horas do pregão desta quarta-feira, 30, com o mercado digerindo os resultado trimestrais divulgados pela companhia antes da abertura da bolsa de valores. Com a retração, os papéis figuram como a maior queda do Ibovespa no intradia. Na véspera, as ações da empresa haviam fechado na máxima desde meados de outubro, que fora topo histórico do papel.

+Weg anuncia investimento de R$ 670 milhões no México e Brasil nos próximos cinco anos

resultado da WEG referente ao terceiro trimestre de 2024 veio ligeiramente abaixo das projeções do consenso Bloomberg nas suas últimas linhas. O lucro foi de R$ 1,58 bilhão ante R$ 1,6 bilhão esperados ao passo que a receita líquida foi de R$ 9,8 bilhões, ante R$ 10 bilhões projetados.

Contudo, o que ter uma perspectiva mais pessimista para a companhia foram as margens – que mostraram uma compressão acima do esperado após uma série de resultados passados em que a companhia havia se mostrado mais rentável do que as projeções.

A margem Ebitda foi de 22,6%, abaixo dos 23% esperados pelo consenso e mostrando uma retração de 0,3 ponto percentual (p.p.) ante a janela de três meses anteriores.

“Após um nível de rentabilidade melhor do que o esperado no último trimestre, vimos altas expectativas para as margens da WEG e, embora a margem EBITDA de 22,6% esteja inegavelmente em um patamar saudável, vemos a contração sequencial como uma potencial decepção para a maioria dos investidores, levantando preocupações sobre os níveis de rentabilidade estruturais da WEG daqui para frente”, dizem os analistas Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes, da XP.

Sobre a receita líquida da companhia, os analistas da casa enxergam uma ‘desaceleração das receitas domésticas’ como o principal destaque negativo dos resultados , com as vendas de GTD caindo 15% ante o trimestre anterior.

A XP segue enxergando uma taxa de crescimento de dois dígitos como uma expectativa razoável e, com isso, mantém recomendação de compra com preçoalvo de R$ 54 para as ações da WEG. Apesar disso, frisa que ‘os resultados de hoje podem levantar preocupações em torno das perspectivas de demanda do mercado doméstico’.

Analistas do Goldman Sachs reiteraram pessimismo sobre WEGE3, chamando atenção para o fato de que o mercado precificava uma melhora das margens ante o trimestre anterior – o que não se concretizou e tem causado retração nos papéis da empresa.

Os especialistas do banco americano ainda apontam que enxergam uma combinação de crescimento do lucro líquido abaixo da média histórica para os próximos anos com um múltiplo Preço/Lucro acima da média histórica para o ano que vem.

Em outras palavras, a visão do Goldman Sachs é de múltiplos esticados e uma ação considerada cara.

A recomendação é de venda com preço-alvo de R$ 45.

Despesas operacionais também foram ‘surpresa negativa’ no resultado da WEG

Analistas do Itaú BBA chamaram atenção também para o fato de que o aumento de despesas registrado pela companhia no terceiro trimestre veio acima das projeções.

“Maiores despesas de SG&A [de vendas, gerais e administrativas] roubaram a cena, aumentando 130 pontos base frente o trimestre anterior como porcentagem das receitas”, diz a casa.

“Acreditamos que isso se deveu principalmente à integração da Regal e é uma sinergia que esperamos que a WEG capture”, completa. Os analistas mantiveram recomendação de compra com preço-alvo de R$ 57.