No lobby, quatro seguranças equipados com pontos eletrônicos olham atentamente para os visitantes. Os carros que entram no estacionamento são vistoriados do pneu ao retrovisor. Da sala de controle, com vários monitores de TV e equipamentos de segurança, tudo é minuciosamente analisado, principalmente as imagens das 300 câmeras espalhadas em pontos estratégicos dos 26 andares. Este é o retrato do World Trade Center (WTC) de São Paulo depois dos atentados que culminaram na queda das torres gêmeas em Nova York. ?Dobramos o número de seguranças e vamos manter deste modo por um bom tempo. Pelo menos, até passar esta situação?, diz Helmut Flat, da Jones Long Lasalli, administradora do WTC.

Desde os ataques nos EUA, os 338 prédios do grupo espalhados em 101 países se tornaram alvos potenciais e a ordem expressa é a de reforço na segurança. As rondas volantes passaram de uma para duas viaturas e o número de homens circulando nos corredores do prédio se tornou maior. Estima-se que um prédio como o WTC conte com cerca de 30 agentes em postos estratégicos. E mesmo assim ainda há quem fique temendo um possível atentado. ?Estou com medo de que ataquem o prédio. Sei que não será igual ao que aconteceu nos Estados Unidos mas não consigo ficar tranqüila?, diz uma funcionária de uma das 52 empresas instaladas no prédio.

De acordo com Carlos Aldan, vice-presidente do WTC, não há o que temer. ?Continuamos mantendo a segurança reforçada, mas estamos trabalhando tranqüilamente em condições normais.? Mas se sabe que a atenção nos postos de segurança não será retirada tão cedo. Isso porque, em outubro, o presidente mundial da World Trade Centers Association, Guy Tozzoli, desembarcará em São Paulo para participar da 32ª Assembléia Geral da organização. Mesmo com os atentados nos EUA, Tozzoli, o engenheiro que construiu as torres de Nova York, confirmou presença. ?Agora a minha participação está confirmada mais do que nunca.?

O WTC de São Paulo é um dos projetos arquitetônicos mais modernos do Brasil. Criado em 1995, este complexo que envolve um centro de convenções, o hotel Meliá e o shopping de decorações D&D absorveu investimentos de US$ 200 milhões. Tudo o que há de inovações tecnológicas no setor da construção civil foi aplicado no WTC. Enquanto, no mercado, ainda não se pensava em fibras ópticas, o WTC já era todo cabeado. Além disso, conta com um sistema de automação predial que controla 8 mil pontos do condomínio, que vão do ar-condicionado aos 12 elevadores. ?Seguimos o padrão mundial de todos os WTCs?, completa Aldan.