Mais de mil funcionários, cujas equipes eram responsáveis por controlar conteúdo abusivo da plataforma X (antigo Twitter), foram cortados da empresa que pertence a Elon Musk. As informações foram divulgadas pela Comissão de Segurança Eletrônica da Austrália. O órgão também alertou que tal medida, além da reativação de contas anteriormente banidas, criaram um cenário ideal para que postagens prejudiciais sejam disseminadas.

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De acordo com a comissão, que observou a postura da empresa que comanda o X durante os últimos meses, a partir do momento em que Elon Musk assumiu o controle da plataforma, o ódio e a toxicidade na rede social aumentaram. Com o uso de uma lei relativa à segurança virtual, que foi aprovada no país em 2021, o órgão conseguiu análises de uma série de funcionários de segurança do X, como moderadores de conteúdo e engenheiros de computação.

Julie Inman Grant, uma ex-funcionária do X e membro da comissão, informou que tais dados foram divulgados pela primeira vez, e revelaram que a partir de outubro de 2022, quando Elon Musk adquiriu o comando da rede social, 1.213 empregados encarregados de cuidar da segurança da rede social foram retirados das funções. “Há uma tempestade perfeita. Está reduzindo drasticamente suas defesas e devolvendo infratores reincidentes à plataforma”, destacou.

Entre os funcionários cortados, estão inclusos 80% dos engenheiros de computação que tomavam conta justamente da área de confiança e segurança do X. “Seria como se a Volvo, conhecida por seus padrões de segurança, eliminasse todos os designers e engenheiros”, explicou Julie Inman Grant.

A Austrália liderou um movimento que buscava regulamentar as redes sociais, aprovando leis que exigissem uma definição por parte das empresas de tecnologia em como controlar o discurso de ódio e o abuso sexual no ambiente virtual.