Em relatório sobre o cenário macro, especialistas da XP projetam duas altas de 1 ponto percentual (p.p.) nas duas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), de dezembro e janeiro.

Logo em seguida, nas duas reuniões subsequentes, a expectativa da XP é de duas altas de 0,50p.p. – o que levaria a Taxa Selic para 14,25% no pico do ciclo de ajuste monetário.

A tese é de que ‘os fundamentos sugerem inflação mais elevada adiante’ e, com isso, se faz necessário ‘um ajuste monetário mais contundente’.

“Diante da taxa de câmbio depreciada, demanda doméstica sólida e aumento das expectativas de inflação, revisamos nossa projeção para o IPCA de 2025 de 4,7% para 5,2%. Prevemos 4,5% para 2026, em linha com a desaceleração da atividade econômica” diz a XP, em relatório sobre o cenário macroeconômico.

Segundo a casa, a tarefa do Banco Central ‘está se tornando mais desafiadora’, já que a inflação corrente e as expectativas de inflação continuam subindo.

“Se a disposição do Banco Central de levar a inflação para a trajetória de metas em 2026 for real – e acreditamos que seja –, a resposta da política monetária tem que ser (ainda) mais firme. Assim, acreditamos que o Copom intensificará novamente o ritmo de ajuste monetário, para 1,00 p.p. em dezembro”, justifica a XP.

“Também elevamos nossa projeção para a taxa Selic terminal, de 13,25% para 14,25%. Em nossa avaliação, o Comitê preferirá ser mais ousado no curto prazo para recolocar o ‘trem nos trilhos’ em tempo hábil, ao invés de tentar suavizar o ciclo”, completa.

Fiscal no radar

Segundo a XP, ajudará no processo de reancoragem das expectativas uma aprovação célere das medidas anunciadas pelo governo para desacelerar o crescimento das despesas obrigatórias. 

“A política fiscal poderia ajudar mais, porém as despesas continuarão a crescer pelo menos 2,5% acima da inflação, com ou sem a aprovação do pacote de despesas. Além disso, vemos iniciativas parafiscais ganhando impulso à medida que as eleições de 2026 se aproximam”.