O portal de buscas Yahoo! respira sem aparelhos. Depois de enfrentar o pessimismo do mercado, a desconfiança dos acionistas e o descrédito de alguns dos seus maiores admiradores, a companhia passou maus momentos que quase a levaram à UTI. Os piores dias estão começando a ficar para trás e os últimos números mostram que a empresa voltou ao caminho do lucro. No ano passado, o Yahoo! cresceu 33% e faturou US$ 953 milhões. O lucro em 2002 foi de US$ 107 milhões, contra um prejuízo de US$ 92 milhões em 2001. A virada começou em maio de 2001, após uma sábia decisão dos seus fundadores, Jerry Yang e David Filo. A dupla saiu do dia-a-dia da operação e colocou os negócios nas mãos de alguém mais experiente e com uma
visão de mercado. Para a tarefa foi chamado Terry Semel,
ex-executivo da Warner Bros. Semel trouxe para a internet conceitos administrativos e operacionais do mundo real. ?Ele fez mudanças que nos garantiram crescer em um ambiente adverso?, disse à DINHEIRO Jasmine Kim, vice-presidente de marketing do Yahoo! mundial. O inferno astral do Yahoo! começou logo após o estouro da ?bolha? da internet em março de 2001. A venda de espaços publicitários caiu na mesma velocidade que as ações na bolsa de valores. Semel assumiu nesse cenário e o seu primeiro ato foi comprar ações do Yahoo! para provar que acreditava nas suas propostas. O novo presidente desembolsou US$ 17 milhões do próprio bolso e iniciou uma reforma dentro da companhia. Os papéis ainda não recuperaram o valor dos bons tempos, mas pelo menos não estão mais em queda. Na chegada de Semel estavam em US$ 18 e na última quinta-feira valiam US$ 19.

O novo presidente fez o que pôde para reduzir a dependência da venda de publicidade. Hoje, a receita do Yahoo! vem do acesso em banda larga, do shopping virtual e de serviços de videoconferência para corporações. ?Em doze meses, transformamos o Yahoo! numa companhia de negócios consistentes?, afirma o presidente. No Brasil, a receita da matriz foi seguida à risca e o faturamento no último ano saltou 152%. A companhia estreitou o relacionamento com as agências de propaganda para criar campanhas ao gosto do anunciante. ?Eles estão mais flexíveis?, diz Sandra Chemin, diretora da agência de internet Ogilvy Interactive. No Natal, o faturamento foi sete vezes superior ao de 2001. O Yahoo! fez bons acordos com lojas de comércio eletrônico?, afirma Toninho Rosa, diretor-administrativo da Associação de Mídia Interativa. Num período em que as fórmulas de sucesso na internet ainda estão sob suspeita ou totalmente desacreditadas, o Yahoo! parece ter encontrado o seu próprio caminho.