09/09/2022 - 13:30
“Zona Eleitoral” é uma coluna de notas sobre as eleições gerais deste ano, produzida pelos jornalistas da Reuters no Brasil
9 Set (Reuters) – A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou vídeo nas redes sociais em que o candidato a vice e neoaliado do petista, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), justifica falas duras feitas no passado contra Lula e que tem sido agora usadas por adversários.
“Muito cuidado, nesta eleição antigas falas minhas estão sendo usadas por Bolsonaro para confundir o povo. Naquela época, muitos de nós fomos iludidos por um julgamento que depois a própria Justiça anulou, porque foi parcial e suspeito. Hoje está provado que Lula foi preso injustamente”, afirma Alckmin no vídeo, no qual ainda cobra que o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), explique os mais de 50 imóveis comprados por ele e por familiares com dinheiro vivo, de acordo com reportagem do UOL.
O presidente levou as declarações antigas de Alckmin contra Lula para as inserções na TV e para outros materiais de campanha. Além dele, o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, também publicou em suas redes sociais falas antigas de Alckmin, então no PSDB e que se candidatou ao Planalto pela sigla em 2018, atacando Lula por causa das denúncias da operação Lava Jato.
“CUSCUZ CLÔ
Bolsonaro foi ao Twitter nesta sexta para rebater fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na véspera, de que os apoiadores do presidente durante as manifestações no feriado de 7 de Setembro pareciam integrantes do grupo supremacista branco norte-americano Ku Klux Klan (KKK)
O presidente mais uma vez atacou Lula e fez um jogo de palavras com o nome do grupo supremacista branco em publicação acompanhada de um vídeo de seus apoiadores na praia de Copacabana.
“Parece que o ex-presidiário se sentiu excluído após esse vídeo. Em resposta, chamou o povo de ‘cuscuz clã’, talvez porque assistiu a milhões de brasileiros vestindo amarelo”, escreveu o presidente.
ACENO ÀS MULHERES DE BOLSONARO
O presidente também gravou um vídeo ao lado de parlamentares mulheres em que exaltou a sanção de leis voltadas ao público feminino, em um aceno a este eleitorado, que tem se mostrado majoritariamente refratário ao presidente.
No vídeo, Bolsonaro e as parlamentares defenderam uma proposta que permite que a mulher faça uma cirurgia de laqueadura sem precisar do consentimento do marido e outra que instituiu o Agosto Lilás, para promover ações de conscientização e de enfrentamento da violência contra o público feminino.
A campanha do presidente tem intensificado ações para tentar reduzir a rejeição de Bolsonaro entre as mulheres, colocando, inclusive, a primeira-dama Michelle Bolsonaro como uma das apostas nessa missão.
(Por Ricardo Brito. Lisandra Paraguassu e Eduardo Simões; Edição de Flávia Marreiro)