08/09/2022 - 15:15
(Reuters) – Ao longo de sete décadas como chefe de Estado do Reino Unido, a Rainha Elizabeth 2ª, que morreu nesta quinta-feira aos 96 anos, fez de suas visitas oficiais a mais de 100 países, Brasil entre eles, um marco de seu reinado, representando a Coroa Britânica em cada um dos cinco continentes.
A rainha visitou o Brasil em 1968, em sua primeira viagem oficial à América do Sul. O país vivia apenas o quarto ano do regime militar que duraria mais de duas décadas.
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Passou por seis cidades em 11 dias de viagem, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Salvador e Campinas. Em Brasília, discursou em uma sessão conjunta do Congresso Nacional, onde afirmou que estava “confiante de que a amizade (entre Brasil e Reino Unido) poderia crescer.”
“O mais difícil de todos os problemas mundiais é descobrir como as nações podem viver em harmonia. O Brasil, com suas tradições liberais, sua tolerância e a profunda humanidade de seu povo, pode certamente dar uma notável contribuição particular”, disse a monarca na ocasião.
Apenas um mês depois, foi instituído no país o Ato Institucional de nº5, a principal medida adotada pelo regime militar no caminho do cerceamento de liberdades e direitos dos cidadãos brasileiros.
Em passagem por São Paulo, Elizabeth presenciou a abertura do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, onde reuniu multidões à sua espera.
No Rio de Janeiro, assistiu a uma partida de futebol no Estádio do Maracanã, onde conheceu pessoalmente o jogador Pelé. Quase trinta anos depois, em 1997, o craque brasileiro foi condecorado pela monarca com a “Ordem de Cavaleiro do Império Britânico”, durante a visita do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, ao Reino Unido.
Nesta quarta-feira, comemoração dos 200 anos da independência brasileira, a rainha emitiu um comunicado em homenagem ao país: “Em meio à celebração da importante ocasião dos 200 anos de independência, gostaria de parabenizar Vossa Excelência e enviar minhas felicitações ao povo da República Federativa do Brasil, lembrando com carinho da minha visita ao país, em 1968”.