29/09/2022 - 8:04
Uma pesquisa coordenada pelo Atlas da Juventude com 16 mil jovens brasileiros divulgada na quarta-feira (28) indicou as áreas que, para eles, deveriam ser prioridade no próximo governo. No topo está a educação, com 63%. Em seguida aparecem a saúde (56%) e o tema economia, trabalho e renda (49%). A redução das desigualdades ficou em quarto lugar, com 25%. O resultado está no documento Juventudes e a Pandemia: E agora? que chega em sua terceira edição com escopo mais amplo envolvendo as percepções do grupo sobre o impacto da Covid em suas rotinas, além da vida pública e da economia.
Chama atenção a postura dos entrevistados sobre a política. A cada dez jovens, nove defendem a democracia e oito afirmam que a pandemia deixou as pessoas mais atentas a essa agenda. Para 4%, a vida pública é uma possível carreira. A intenção declarada de maior envolvimento traz um alento de esperança por mudanças, contrariando a crença generalizada de que os jovens se desinteressaram pelos rituais das casas legislativas e de discussões políticas.
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O dado preocupante da pesquisa aparece no âmbito da saúde mental. De acordo com o levantamento, 60% dos participantes afirmaram ter passado ou estar passando por crises de ansiedade. Metade disse sentir cansaço e exaustão frequentes no recorte de seis meses para cá. Depressão foi relatada por 18%, enquanto 9% citaram automutilação ou pensamento suicida.
Tantos dados estatísticos mostram para a sociedade que é preciso olhar para os jovens. Nos próximos anos eles estarão nas mesas de decisão do País e das empresas. Incluí-los na política e garantir uma entrada saudável na vida adulta pode representar ganhos socioeconômicos reais. Para as empresas que se interessam em estreitar relações com esse público e ainda patinam, a dica veio do guru do capitalismo consciente, o indiano Raj Sisodia, em sua recente passagem pelo Brasil. “Considere os filhos dos seus funcionários como um dos stakeholders prioritários de sua empresa e isso mudará a maneira como você olha o futuro e as decisões que toma hoje”. O conselho está dado.