O dólar se desvalorizou na comparação com pares rivais nesta segunda-feira, em linha com a retração dos juros dos Treasuries, após dado fraco da indústria nos EUA. Apesar disso, a moeda norte-americana encontrou espaço para forte apreciação ante o peso mexicano, após a eleição da candidata governista à presidência do país latino-americano, Claudia Sheinbaum.

O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,51%, aos 104,140 pontos. A pressão se intensificou depois que o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) informou que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA caiu para 48,7 em maio.

A leitura divergiu da medição rival da S&P Global, mas foi suficiente para renovar expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortará juros já a partir de setembro.

Neste cenário, por volta das 17 horas (de Brasília), a libra avançava a US$ 1,2700 a o euro se apreciava a US$ 1,0800. Os PMIs industriais de zona do euro e Reino Unido avançaram em maio, mas ficaram abaixo da prévia, segundo informou hoje a S&P Global.

Entre os emergentes, o dólar saltava a 17,7317 pesos mexicanos, de 16,9834 pesos na última sexta-feira. A dimensão da vitória de Sheinbaum no pleito de ontem eleva os temores de que o Congresso aprove medidas econômica pouco palatáveis ao mercado. A presidente eleita é aliada do antecessor, Andrés Manuel López Obrador, que adotou agenda intervencionista.

“A política econômica dela poderia resultar em uma deterioração maior dos fundamentos macroeconômicos do país se ela seguir as medidas mais agressivas e populistas de AMLO”, alerta a Oxford Economcis, em referência à sigla para o nome do presidente.

Na contramão, o dólar recuava a 18,5376 rands sul-africanos, dias após a confirmação de que o partido governista perdeu a maioria no Parlamento. A divisa americana também cedia a 83,100 rúpias indianas, após pesquisas de boca de urna sugerirem que o primeiro-ministro do país asiático, Narendra Modi, conquistou a reeleição de maneira decisiva.