31/07/2024 - 17:54
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que se aproxima o momento de ajuste nos juros americanos para apoiar a economia dos Estados Unidos. “Está chegando a hora de ajustar isso para que possamos apoiar esse processo contínuo”, disse ele, em coletiva de imprensa, nesta tarde, para comentar a reunião desta quarta-feira do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Powell disse ainda que o Fed pode começar a retirar um pouco do nível de restrição dos juros, em linha com outros banqueiros centrais. “Está chegando a hora, pois outros bancos centrais ao redor do mundo estão enfrentando a mesma questão, e está chegando a hora em que começará a ser apropriado reduzir esse nível de restrições para que possamos abordar ambos os mandatos”, afirmou.
Segundo ele, a melhora nos preços permite que o Fed não esteja 100% focado na inflação do país e que o movimento recente de desinflação é puxado por habitação e serviços. “A missão ainda não está cumprida, reforço isso, mas destaco o progresso”, disse.
Na sua visão, há agora uma desinflação mais disseminada na maior economia do mundo e os riscos de baixa para o mercado de trabalho americano são reais.
“Os riscos de alta para inflação diminuíram, conforme mercado de trabalho desacelera”, avaliou Powell. “Não parece uma economia superaquecida, e parece uma economia que está se normalizando”, acrescentou.
Corte inicial de 50 pontos-base não está em discussão
O presidente do Federal Reserve afirmou que um corte inicial da ordem de 50 pontos-base não está na mesa agora. “Se obtivermos dados que desejamos, um corte em setembro estaria em análise”, disse.
Segundo ele, alguns dirigentes já cogitaram começar a cortar as taxas no encontro dessa semana.
Ao comentar sobre o cenário econômico nos EUA, Powell disse que foi um trimestre de “boa inflação” e desaceleração no mercado de trabalho. Ponderou, contudo, que é um equilíbrio difícil entre cortar muito cedo ou demorar demais para baixar as taxas.
Para Powell, a chance de um pouso forçado na economia é baixa. “A economia tem crescido em ritmo sólido. O desemprego está baixo. A economia não está superaquecida, nem muito fraca, é o que queremos ver”, destacou o presidente do Fed.
O banqueiro central também afirmou que não há novidades em relação a eventual emissão de uma moeda digital do Fed (CBDC, na sigla em inglês). “A decisão não é nossa”, disse, lembrando que o BC dos EUA apenas avalia o tema, sem planos ou decisão de lançamento no curto prazo.