28/08/2024 - 9:45
O dólar subia frente ao real nesta quarta-feira, 28, em linha com os ganhos da divisa norte-americana no exterior, à medida que investidores aguardam a divulgação de mais dados econômicos e debatem o tamanho do afrouxamento monetário do Federal Reserve em setembro.
Às 9h33, o dólar à vista subia 0,66%, a 5,5391 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,44%, a 5,533 reais na venda.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou em leve alta de 0,18%, cotado a 5,5028 reais.
Nesta manhã, o dólar se recuperava amplamente frente a seus pares, após uma série de perdas recentes, à medida que investidores demonstram cautela enquanto aguardam novos dados econômicos a serem divulgados ao longo da semana e observam o desenvolvimento das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
O confronto entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah no fim de semana levantou preocupações sobre uma escalada das tensões regionais, impulsionando uma busca por ativos seguros nesta semana e, consequentemente, prejudicando os pares da divisa norte-americana.
O principal evento da semana será a divulgação do índice PCE de julho — indicador preferido de inflação do Fed –, que fornecerá sinais sobre a trajetória dos preços nos Estados Unidos.
Os mercados também seguem discutindo o início do afrouxamento monetário no banco central dos EUA em setembro, com as apostas mostrando uma chance de 65% de um corte de 25 pontos-base nos juros e uma probabilidade de 35% de uma redução maior de 50 pontos-base.
Quanto mais o Fed cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atraente quando os rendimentos dos Treasuries recuam.
O desempenho dos preços das commodities nesta sessão traziam sinais ruins para países exportadores de matérias-primas como o Brasil, com os preços do petróleo devolvendo ganhos acumulados com os temores pelo fornecimento em meio às tensões no Oriente Médio, e os contratos futuros de minério de ferro recuando.
Com isso, a moeda norte-americana subia frente ao peso chileno e o rand sul-africano, com estabilidade ante o peso colombiano.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,55%, a 101,150.
No cenário nacional, investidores aguardam comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento do Santander, às 10h, em meio à expectativa de que a autarquia elevará a Selic dos atuais 10,50% em sua próxima reunião de política monetária, em setembro.
Na curva de juros brasileira, a taxa do DI para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,89%, em alta de 1 ponto-base.
Um pouco mais tarde, às 11h, a equipe econômica do governo realiza coletiva de imprensa sobre o processo de revisão de gastos, com presença do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.
As preocupações dos agentes financeiros com o compromisso fiscal do governo, apesar de silenciadas nas últimas semanas, têm sido um fator importante no mercado de câmbio este ano.