O magnata indiano Gautam Adani, fundador de um enorme império empresarial, foi indiciado pela Justiça dos EUA por supostos subornos de mais de 250 milhões de dólares (1,4 bilhão de reais), fazendo com que as ações do grupo despencassem nesta quinta-feira, 21.

Considerado a segunda maior fortuna da Ásia pela revista Forbes e próximo ao primeiro-ministro nacionalista da Índia, Narendra Modi, o magnata dirige o Adani Group, um enorme conglomerado com interesses em carvão, cimento, aeroportos e mídia.

O grupo empresarial rejeitou as alegações, enquanto a oposição política na Índia exigiu a prisão do magnata.

“As alegações feitas pelo Departamento de Justiça dos EUA e pela Comissão de Bolsas e Valores contra os executivos da Adani Green não têm fundamento”, disse o grupo em um comunicado.

Afirmou que buscaria “todos os recursos legais possíveis”.

O líder do partido oposicionista Congresso, Rahul Gandhi, exigiu que “Adani fosse preso imediatamente. Mas sabemos que isso não acontecerá porque Modi está protegendo-o”, disse ele a repórteres em Nova Délhi.

A acusação em Nova York fez com que as ações da Adani Enterprises despencassem 23,4% no fechamento das negociações na Bolsa de Valores de Mumbai. As ações de sua subsidiária Adani Energy Solutions, diretamente visada pelo Sistema Judiciário dos EUA, caíram 20%.

O empresário de 62 anos, já acusado de fraude no passado, é agora acusado pelos promotores de Nova York de pagar mais de 250 milhões de dólares em subornos a autoridades indianas para ganhar contratos lucrativos de energia solar, possivelmente em detrimento de empresas americanas.

De acordo com a promotoria, Adani, um de seus sobrinhos, que também chefia o grupo, e uma terceira pessoa responsável tentaram esconder “esse esquema corrupto enquanto buscavam levantar fundos de investidores americanos e internacionais”.

O magnata estava diretamente envolvido no esquema e “se reuniu pessoalmente com um representante do governo indiano para colocar em ação esse esquema de corrupção”, afirma a acusação.