23/01/2018 - 11:05
O governo brasileiro tentará convencer líderes internacionais durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, de que a produção agrícola no País não é a fonte de desmatamento e que dados coletados de satélite revelam que apenas 9% do território nacional é usado para cultivos.
A tarefa de tentar modificar a imagem do Brasil no exterior caberá ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Segundo ele, as informações veiculadas sobre o desmatamento no País seria uma forma de minar a concorrência das exportações nacionais.
De acordo com o ministro, à medida em que o Brasil ganhava destaque internacional no setor exportador, as críticas passaram a aumentar. “Muitos nos viam como ameaça, como um competidor, como de fato somos”, disse. “Ao longo desses anos, passaram a acusar o Brasil que não respeitar os direitos trabalhistas e ambientais. Esse ambiente foi se consolidando”, constatou.
Blairo, porém, insiste que agora é a vez de o País começar a reagir e que isso será feito em Davos. “O que nos resta a fazer é enfrentar esse assunto, com dados científicos e que possam ser auditados por qualquer um”, apontou.
Aos empresários e líderes estrangeiros, o ministro revela que vai apresentar dados coletados pela Embrapa e que mostram o cenário da produção no País, feito a partir de imagens de satélite.
“Temos apenas 9% do território ocupado pela agricultura, 13% pela pecuária e mais 8% para a pecuária em pastagens naturais”, disse. “O Brasil, portanto, é um país que alterou muito pouco o que nós tínhamos quando Pedro Álvares Cabral chegou”, insistiu. “63% das áreas ainda estão preservadas. Nenhum país do mundo tem mais isso. Vamos agora fazer um levantamento sobre outros países e comparar”, prometeu.
Segundo ele, nos EUA, o resultado desse levantamento foi o inverso do brasileiro em termos de ocupação. “Vamos fazer agora esse levantamento sobre nossos críticos, como Alemanha, França, e mostrar o que temos e o que eles tem”, disse.
“Nós fizemos a coisa certa. Vocês (europeus) que ficam inventando história contra nós e que depois viram lendas urbanas. Agora, temos dados científicos para confrontar isso”, completou o ministro.