A Nasa, agência espacial americana, é responsável por uma série de invenções que revolucionou a indústria e a economia. Entre elas, o microchip, as comunicações via satélite, os filtros de água e até as esteiras de academia. Agora, ela trabalha em uma inovação que desafia tudo o que conhecemos sobre propulsão: um motor sem combustível. Trata-se do EMDrive, que funciona por meio de micro-ondas em uma caixa de ressonância. Sem queimar nenhum combustível, cientistas conseguiram provar que o sistema gera 1,2 millinewtons de força no vácuo. A questão é que, até o momento, ninguém sabe direito como isso acontece. Apesar de ter dado certo, o experimento contraria uma das regras mais fundamentais da física, a de que todo movimento é resultado de uma reação a outro movimento. O EMDrive explora teorias da física quântica sobre as propriedades de onda das partículas. É uma área avançada, na qual há pouco consenso entre os acadêmicos. Mas, deve levar muito tempo para o motor se tornar operacional. O que deve se tornar realidade em menos tempo é um combustível verde para foguetes. A agência vem trabalhando nele desde 2012 e pretende testá-lo no início de 2017. A ideia é criar um substituto à tóxica e corrosiva hidrazina, utilizada atualmente. O candidato é o AF-M315E, à base de nitrato de amônia. Mais amigável ao meio ambiente e fácil de manusear, ele permitirá que foguetes sejam lançados em locais populosos. É o primeiro passo para se ter aeroportos de naves espaciais espalhados pelo mundo.

(Nota publicada na Edição 996 da Revista Dinheiro)