09/12/2016 - 0:00
Foram quase oito meses de lutas. No final, os autodenominados “protetores da água” venceram a batalha contra a construção de um oleoduto no Estado da Dakota do Norte, nos Estados Unidos. O grupo é formado, principalmente, por membros da tribo indígena americana Sioux, mas conta com apoio de outros povos nativos e de ativistas. Em abril, eles montaram um acampamento nos arredores da cidade de Bismarck, quando a obra se aproximava do Rio Missouri. Os índios alegavam riscos de contaminação da água e que o oleoduto, de 1,8 mil quilômetros, violaria terras sagradas. O objetivo do projeto, orçado em US$ 3,7 bilhões, é levar petróleo de campos na Dakota do Norte para refinarias em Illinois. Apesar de ser um empreendimento privado da operadora logística Energy Transfer, ele necessita de aprovação do governo, pois passa por terras federais. Na segunda-feira 5, o Corpo de Engenheiros do Exército negou a permissão para perfuração sob o Rio Missouri. Uma nova rota deve ser pensada, mas ainda cabe apelação. Os protestos eram pacíficos e consistiam, basicamente, de performances de danças e cantorias. Mesmo assim, os mais de mil ativistas enfrentaram violência policial. Contra eles, foram usados tanques blindados, balas de borracha e gás lacrimogêneo. Mais de 400 ativistas foram presos, mas o rio permanecerá livre.
(Nota publicada na Edição 997 da Revista Dinheiro)