28/01/2022 - 11:32
Câmbio, clima e consumo. Foram esses os três fatores essenciais que levaram o ramo da fruticultura brasileira a entrar em festa. O ano de 2021 foi decisivo para o setor, que teve um crescimento de 20% no faturamento, alcançando a marca de US$ 1 bilhão em exportações. Para o presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) Guilherme Coelho, a criação da instituição em 2014 impulsionou a organização da atividade. “Os produtores puderam aproveitar mais as oportunidades que surgiram”. Ainda segundo Coelho, a parceria feita com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), por meio do projeto Frutas do Brasil, “proporcionou a promoção de nossas frutas no mercado internacional, favorecendo a chegada dessa marca”, afirmou. Os resultados são expressivos.
A valorização do dólar e do euro frente o real fez com que as vendas para o mercado internacional se intensificassem. Somada ao fator cambial, houve ainda uma condição climática favorável. Apesar de a região sul do Brasil ter sido castigada pelas secas (só no Rio Grande do Sul a produção de milho caiu 53% em relação ao previsto), a fruticultura foi beneficiada, o que possibilitou a realização de boas safras, com aumento não só de produtividade mas também da qualidade.
Um terceiro fator impulsionou as exportações brasileiras: o aumento do consumo no mercado internacional. Em razão da pandemia de Covid-19 e a descoberta de novas variantes, como a ômicron, a busca por uma alimentação mais saudável com objetivo de turbinar a imunidade cresceu, aumentando a procura de frutas frescas. A manga foi o produto mais exportado, com cerca de 272 mil toneladas – aumento de 12% quando comparado ao mesmo período de 2020. Já a maçã foi a recordista em faturamento, com alta de 79% na receita.
A fruticultura é um segmento do agronegócio brasileiros que figura entre os mais sustentáveis, tanto do ponto de vista socioeconômico quanto ambiental. O setor possui diversas certificações internacionais, como Global Gap e o Rainforest Alliance. De acordo com a Abrafrutas, é também a área que mais emprega mão de obra no agro nacional, com cerca de 5,5 milhões de empregos diretos.