30/08/2016 - 0:00
O desemprego acaba de atingir 11,6%, o maior patamar da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. O dado, divulgado nesta terça-feira 30, mostra que 11,8 milhões de brasileiros estão desocupados. Em outubro de 2014, na véspera do 2º turno das eleições presidenciais, a taxa era de apenas 6,6%. Naquele instante, eu publiquei na ISTOÉ Dinheiro uma capa com o título “Desemprego: o monstro acordou”. O País do pleno emprego tinha virado um sonho de uma noite de verão.
Acusada pelos petistas de favorecer os tucanos, a reportagem apenas constatava uma tendência inexorável no mercado de trabalho. Com a deterioração econômica, a eliminação de vagas seria uma consequência natural. Independentemente de que vencesse a eleição, o estrago já estava feito e as demissões, “agendadas”. Era apenas uma questão de tempo. Como é sabido em economia, a variável do desemprego é a última a piorar numa crise, pois os empresários tentam, ao máximo, evitar as demissões.
Durante o debate eleitoral, a presidente Dilma Rousseff escondeu os problemas econômicos da população menos esclarecida. Não é difícil imaginar que muitos eleitores votaram nela com a convicção de que aquela taxa de 6,6% de desemprego seria uma realidade duradoura. Ontem, em seus discursos no Senado Federal, Dilma afirmou que os problemas econômicos só ficaram nítidos após outubro de 2014. Por isso, segundo ela, as medidas de ajustes foram propostas somente depois da eleição.
Muitos analistas independentes já destacavam diversos problemas econômicos antes mesmo da Copa do Mundo. O governo fingiu ignorá-los e dizia que os críticos tinham interesses políticos. Infelizmente (para a economia) a capa da DINHEIRO em outubro de 2014 estava certa. O desemprego praticamente dobrou, se tornando mais um exemplo de que a tragédia econômica era previsível. Pasmem! Quase dois anos depois, Dilma continua sem entender os problemas econômicos do País.