Não foi fácil definir o blend da safra de 2016 do tinto Almaviva, um dos grandes vinhos chilenos. Quem conta é o francês Michel Friou, enólogo dessa vinícola, joint venture da chilena Concha y Toro com a francesa Baron Philippe de Rothschild. As inesperadas chuvas de meados de abril, etapa final de amadurecimento das uvas antes da colheita, tiveram efeito direto na concentração da bebida. “Ficamos bem contentes com a mescla, levando em conta as difíceis condições climáticas do ano”, conta Friou. O vinho é um blend de cabernet sauvignon e carmenere, principalmente, e pequenas porcentagens de cabernet franc, petit verdot e merlot, em quantidades que variam a cada ano.

O Almaviva agora está amadurecendo em barricas de carvalho francês por um período que deve variar entre 14 a 16 meses. A data de engarrafamento é definida por Friou, que acompanha a evolução da bebida em provas de barricas. “Conseguimos fazer um blend com muito equilíbrio, elegância e taninos suaves, mas menos concentrados do que os outros anos”, afirma ele. Agora é esperar para saber como esse período de madeira vai ajudar a moldar o vinho.

Friou contou sobre a safra ao responder as perguntas sobre a sua experiência como jurado da Grande Prova de Vinhos, no qual foram avaliados mais de 800 rótulos brasileiros, no Rio de Janeiro. A atenção que os nossos vinhos vem despertando em enólogos de outros países é o tema da principal reportagem sobre brancos e tintos na edição de outubro da Menu, atualmente nas bancas. Vale conferir.